Bem-vindo/a ao blog da coleção de História nota 10 no PNLD-2008 e Prêmio Jabuti 2008.

Bem-vindos, professores!
Este é o nosso espaço para promover o diálogo entre as autoras da coleção HISTÓRIA EM PROJETOS e os professores que apostam no nosso trabalho.
É também um espaço reservado para a expressão dos professores que desejam publicizar suas produções e projetos desenvolvidos em sala de aula.
Clique aqui, conheça nossos objetivos e saiba como contribuir.

domingo, 6 de julho de 2008

Os sessenta anos de Israel e as condições subumanas dos palestinos

Israel acaba de anunciar que pretende destruir mais 440 oliveiras em terras palestinas.
Desta vez as vítimas da brutalidade serão os habitantes de Naalin.
Israel diz que as oliveiras poderão ser replantadas em outros locais. Elas estariam atrapalhando a expansão do Muro do Aparheid.
Os moradores de Naalin dizem que não é possível replantar oliveiras centenárias nesta época do ano.
Com a palavra o lavrador Ibrahim Aahad Jawaya: “Nós tememos que 90% das oliveiras replantadas no poderão dar fruto nunca mais”.
A ONU protestou, a comunidade européia também. O Greenpeace e o WWF permanecem em silêncio.
(10 de Junho de 2008, do blog do jornalista e escritor Georges Bourdoukan http://blogdobourdoukan.blogspot.com)


Não devemos celebrar a espoliação

Eve Spangler


Este mês (maio de 2008) Israel celebra o seu 60 aniversário. Os judeus dos Estados Unidos serão convidados a unirem-se a este celebração. Mas Israel, ao se negar a reconhecer que o fundamento da sua existência é a expulsão de mais de 700 mil palestinos de sua pátria, não pode falar de consciência aos judeus. Aqui estão as razões pelas quais não me posso unir a essa celebração.


A minha avó, mãe da minha mãe, era costureira e era reconhecida pelos seu formosos bordados. Antes da Primeira Guerra Mundial fez carreira cosendo flores e finos vestidos de seda que se usavam no Hofburg, o palácio imperial de Viena. Com o passar do tempo suas mãos perderam a suavidade requerida para costurar a seda e por isso a demitiram do trabalho. A partir desse momento criou as suas três filhas em um apartamento de um único cômodo no segundo distrito de Viena, um gueto judeu conhecido como o Maztosinsel (a ilha do pão ázimo). Para manter-se, ajudava os vendedores de um mercado de alimentos ao ar livre próximo da sua casa a limpar os seus pontos no final do dia. Em retribuição por seu trabalho lhe davam os alimentos meio estragados que já não podiam vender aos seus fregueses; dessa forma, minha avó alimentava as suas filhas e a si própria. Mas mesmo nessas condições de extrema pobreza, continuava costurando e era famosa pelas colchas bordadas que fazia para as suas filhas. Sempre pensei nela como minha omi (vovó) das colchas.


Com o passar do tempo, à privação econômica se juntou o perigo político. Desde 1932 os austríacos viviam sob os tacões de um regime fascista local. Minha mãe foi despedida do trabalho, mas se uniu a um grupo de jovens dedicados a tirar crianças do país. Em 1938, o exército de Hitler anexou a Áustria. Logo depois, Hitler foi visitar as novas possessões do Terceiro Reich. Um dia chuvoso e gelado, os vienenses se formaram ao longo da rota do desfile, durante as oito horas de atraso que teve o trem, gritando "Heil Hitler!" até ficarem sem voz. Desse modo, minha mãe e minha avó descobriram que vivíamos num país de colaboradores.


Um dia, quando a minha mãe chegou em casa, encontrou a sua mãe tomando café com a sua vizinha cristã que vivia do outro lado da rua. Durante muitos anos as duas anciãs haviam compartilhado o banheiro e a bica dágua no fim da rua e também a comida que tinham. Nesse dia compartilhavam o pastel e falavam sobre a ocupação. Quando chegou a hora de se despedirem, a vizinha se levantou, mas ao invés de se dirigir à porta meteu-se por trás dos biombos que separavam as camas do resto do pequeno cômodo. Um minuto depois saiu com todas as colchas da minha avó amontoadas nos seus braços. Sem pressa, sem vergonha e sem desculpas, se dirigiu à porta. Ali se deteve por um momento e disse para a minha avó: "Bem, os nazis as vão levar de qualquer modo e eu sempre as quis." E, simplesmente, saiu.


Algum tempo depois, nomearam minha mãe como responsável pelos últimos Kindertransport (trens de transporte de crianças) que saíram da Áustria. Embora a minha mãe tenha podido ir para um lugar seguro, a minha avó não teve a mesma sorte, pois um dos seus vizinhos a denunciou aos nazistas. Foi arrastada e levada ao Gueto de Varsóvia, que funcionava como um fim-de-linha para Auschwitz. E ali termina o seu rastro. Nunca pudemos saber com exatidão como e quando morreu. Sua morte anônima continua sendo a grande ferida aberta da vida da minha mãe nos seus 98 anos.


Então, quando os israelitas dizem que criaram o estado judeu em meu nome, no nome da minha avó, não estão dizendo a verdade. Nunca dizem "para estabelecer este estado roubamos, e continuamos roubando as formosas colchas bordadas dos palestinos e, o que é pior, a água das suas terras, e as oliveiras dos seus jardins e, na verdade, os tetos sobre as suas cabeças." Israel também é isso. Por isso devo dizer NÃO. Não podem usar o meu nome. Não podem usar o nome da minha avó. Não celebramos uma independência nascida da permanente espoliação de outras pessoas.


*Eve Spangler é professora associada de sociologia do Boston College e membro da associação Jewish Voice for Peace (Voz Judia para a Paz).

Traduzido da versão espanhola de Chelo Ramos, membro de Cubadebate, Rebelión y Tlaxcala, a rede de tradutores pela diversidade lingüística. Esta tradução pode ser reproduzida livremente com a condição de que seja respeitada a sua integridade e mencionada a autora, o tradutor e a fonte. Originalmente publicado em: http://www.counterpunch.org/spangler05152008.html



Gaza

(3 de Junho de 2008)

O bloqueio já vai completar um ano.
A Associação Palestina dos Direitos das Crianças informa que desde que o bloqueio começou, as tropas israelenses já assassinaram 54 crianças pelas armas.E esse número ultrapassa os mil, desde que teve início da Segunda Intifada.

Além disso, há 344 meninas e meninos palestinos encarcerados e padecendo, sem nenhum direito, nas prisões de Israel.

A Associação Palestina dos Direitos das Crianças informa também que mais de 70% dos bebês e crianças sofrem de anemia e danos psicológicos devido às “contínuas violações israelenses, principalmente em conseqüência dos bombardeios indiscriminados contra a população civil”.

Gaza, onde tentam sobreviver um milhão e meio de palestinos, é uma terra arrasada:

1- Falta gás de cozinha
2-Falta combustível até para as ambulâncias
3- Faltam medicamentos nos hospitais
4- Bebês estão morrendo de subnutrição
5- Mulheres grávidas estão sendo barradas nos postos de controle
6-Pacientes com doenças graves estão impedidos de buscar socorros.
7-Hortas e granjas estão sendo destruídas por mísseis israelenses


PARA NÃO CAIR NO ESQUECIMENTO-3

O tribunal Internacional, reunido na Bélgica, condenou Israel, durante a invasão do Líbano, em 2006, pelos seguintes crimes:

1- CRIMES DE GUERRA
2-CRIMES CONTRA A HUMANIDADE
3-CRIME DE GENOCÍDIO

Eis um trecho do texto que justificou a condenação:

“Os jurados(...) seguindo o Direito Internacional, convencional e consuetudinariamente e as normas imperativas contidas nas Convenções de Genebra de 1948 e 1949, no Protocolo A de 1977 e no Estatuto da CPI de 1998, constatando os enormes crimes cometidos por Israel(bombardeios e destruições indiscriminadas, assassinato de mais de mil pessoas, entre elas crianças, mulheres e idosos, enormes danos para a vida econômica e social) declara as autoridades israelitas responsáveis pela guerra de 2006 contra o Líbano e culpados pelos seguintes crimes internacionais:
Crimes de guerra
Crimes contra a humanidade
Crimes de genocídio".

E a mídia ignorou solenemente essa notícia tão importante.


(Quarta-feira, 25 de Junho de 2008)


Nenhum comentário: