Olhos azuis, olhos castanhos: um exercício com Jane Elliott documenta o trabalho dessa professora, socióloga estadunidense que em resposta a intolerância racial que culminou no assassinato de Martin Luther King há 40 anos, iniciou suas experiências empáticas de educação para a igualdade racial em uma sala de terceira série primária.
A primeira vez que assisti a este documentário queria que todos os professores brasileiros o assistissem. Eu acredito que ao vê-lo ninguém jamais ficará impassível, a não ser que já tenha naturalizado tanto o preconceito, a ponto de deturpar a própria capacidade de ver, sentir e refletir.
Para mim, a síntese da importância deste trabalho é feita pela professora Elliot na parte 10 (reproduzida ao final deste post juntamente com as demais partes de Blue Eyes).
Basicamente, a proposta desta socióloga é fazer as pessoas sentirem e pensarem a respeito de seus preconceitos experimentando ser alvo deles durante um exercício. Parece uma idéia simples e todos quando se submetem ao exercício sabem do que se trata a proposta, mas é impressionante como as pessoas se transformam emocionalmente ao experimentá-lo. E é impressionante como Elliott consegue, com o exercício, deixar claro (aos participantes e a nós expectadores) os mecanismos sutis de dominação.
No exercício a turma é dividida em olhos azuis e castanhos e um grupo é escolhido para ser 'superior' e outro para ser inferiorizado e o critério é exclusivamente a cor dos olhos (como no racismo é a cor da pele e os fenótipos negróides ou no sexismo, o gênero feminino ou na homofobia, a orientação sexual). Enfim, na atividade as pessoas se dão conta como o preconceito, a intolerância, a discriminação se sustentam basicamente em uma classificação irracional de fatores arbitrários.
Numa palestra em um auditório lotado, ela provoca: "Algum branco gostaria de receber o mesmo tratamento dados aos cidadãos negros em nossa sociedade? Levante-se. (...) Ninguém se levantou (ela observa). Isso deixa claro que vocês sabem o que está acontecendo. Vocês não querem isso para vocês. Quero saber por que, então, aceitam isso e permitem que aconteça com os outros."
Jane Elliott ganhou um Emmy pelo documentário de 1968 "The Eye of the Storm", em que aplicou o exercício de discriminação em uma sala de aula da terceira série, baseada na cor dos olhos das crianças. Hoje, aposentada, ela desenvolve workshops sobre racismo para adultos.
"Olhos Azuis" é o documentário sobre este trabalho e há cenas do documentário de 1968 e o emocionante encontro dela com seus alunos da terceira série já adultos e com filhos.
Numa palestra em um auditório lotado, ela provoca: "Algum branco gostaria de receber o mesmo tratamento dados aos cidadãos negros em nossa sociedade? Levante-se. (...) Ninguém se levantou (ela observa). Isso deixa claro que vocês sabem o que está acontecendo. Vocês não querem isso para vocês. Quero saber por que, então, aceitam isso e permitem que aconteça com os outros."
Jane Elliott ganhou um Emmy pelo documentário de 1968 "The Eye of the Storm", em que aplicou o exercício de discriminação em uma sala de aula da terceira série, baseada na cor dos olhos das crianças. Hoje, aposentada, ela desenvolve workshops sobre racismo para adultos.
"Olhos Azuis" é o documentário sobre este trabalho e há cenas do documentário de 1968 e o emocionante encontro dela com seus alunos da terceira série já adultos e com filhos.
Fiquei muito quando um amigo me encaminhou o link deste documentário e pude trazê-lo para cá. Divido com vocês e tenho certeza que vão aproveitar e refletir.
Conheça o site oficial de Jane Elliott, clique aqui
parte 1
parte 2
parte 3
parte 4
parte 5
parte 6
parte 7
parte 8
parte 9
parte 10
parte 11
Parte 12
6 comentários:
Extremamente estimulante seu blog!
Fico muito feliz de você ter divulgado essa informação, pois muda a forma do pensar e a humana. Não sabia que me mantendo oculta estava de certa forma colaborando com o opressor. Estava incentivando o preconceito e o ajudando que cada vez cresça mais. E além de te agradecer e gostaria de pergunta onde poderia achar o documentário FILME “A Class Divided” Documentário, 1985, legendado?
Fico muito feliz de você ter divulgado essa informação, pois muda a forma do pensar e a humana. Não sabia que me mantendo oculta estava de certa forma colaborando com o opressor. Estava incentivando o preconceito e o ajudando que cada vez cresça mais. E além de te agradecer e gostaria de pergunta onde poderia achar o documentário FILME “A Class Divided” Documentário, 1985, legendado?
Fico muito feliz de você ter divulgado essa informação, pois muda a forma do pensar e a humana. Não sabia que me mantendo oculta estava de certa forma colaborando com o opressor. Estava incentivando o preconceito e o ajudando que cada vez cresça mais. E além de te agradecer e gostaria de pergunta onde poderia achar o documentário FILME “A Class Divided” Documentário, 1985, legendado?
Fico muito feliz de você ter divulgado essa informação, pois muda a forma do pensar e a humana. Não sabia que me mantendo oculta estava de certa forma colaborando com o opressor. Estava incentivando o preconceito e o ajudando que cada vez cresça mais. E além de te agradecer e gostaria de pergunta onde poderia achar o documentário FILME “A Class Divided” Documentário, 1985, legendado?
?Fico muito feliz de você ter divulgado essa informação, pois muda a forma do pensar e a humana. Não sabia que me mantendo oculta estava de certa forma colaborando com o opressor. Estava incentivando o preconceito e o ajudando que cada vez cresça mais. E além de te agradecer e gostaria de pergunta onde poderia achar o documentário FILME “A Class Divided” Documentário, 1985, legendado?
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