Os ativistas seguem para prestar solidariedade ao povo palestino e levar aparelhos auditivos para as crianças que tiveram sua audição prejudicada devido ao barulho contínuo de explosões e choques ultra-sônicos causados por caças israelenses que sobrevoam freqüentemente a região.
Essa junção da arte a serviço da solidariedade entre os povos em tempo real só é possível com a tecnologia.
Bacana quando a tecnologia é usada para a paz e as ações solidárias, maravilhoso quando a arte não está alheia à vida.
Viva o Latuff, viva a Laila e o Halper, viva o povo palestino e a solidariedade de brasileiros e israelenses.
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Direitos humanos
(Da BBC- Brasil)
Ativistas tentam romper bloqueio à Gaza de barco
Quarenta e seis ativistas de direitos humanos, de 18 países, saíram nesta sexta-feira do Chipre, a bordo de dois barcos, em direção à Faixa de Gaza, com a intenção de romper o bloqueio decretado por Israel há mais de um ano.Os ativistas, que estão nos barcos Free Gaza e Liberty e fazem parte do Movimento pela Libertação de Gaza, planejam chegar à Faixa de Gaza na tarde de sábado.
Em entrevista à BBC Brasil, o ativista israelense Jeff Halper disse que a viagem "não tem fins humanitários, mas sim objetivos políticos".
"Nossos barcos não estão levando alimentos ou medicamentos, mas sim ativistas de 18 países que protestam contra o cerco decretado à população da Faixa de Gaza há mais de um ano", disse Halper uma hora depois que os barcos tinham saído de Chipre e ainda estavam nas águas territoriais da ilha.
De acordo com Halper, que é professor de Antropologia da Universidade de Jerusalém e fundador do Comitê Israelense contra a Destruição de Casas, a viagem do Chipre até a Faixa de Gaza deverá durar cerca de 30 horas.
Bloqueio israelense
"Esses barcos são bastante primitivos e não muito rápidos, mas acredito, que, se tudo der certo, chegaremos à Faixa de Gaza na tarde de sábado", afirmou.
Halper disse à BBC Brasil que a única coisa que os ativistas estão levando para Gaza são aparelhos de audição para crianças.
"Nossos amigos de Gaza nos pediram para trazer 9 mil aparelhos de audição para crianças, mas conseguimos trazer apenas 2 mil", disse Halper.
"Na Faixa de Gaza existe um problema sério, muitas crianças ficaram surdas em decorrência do barulho contínuo de explosões e choques ultra-sônicos causados por caças israelenses que sobrevoam freqüentemente a região", afirmou.
Halper também disse que não acredita que o Exército israelense vá permitir a entrada dos ativistas em Gaza.
"Tenho certeza de que Israel vai impedir a nossa entrada na Faixa de Gaza", disse, "mas acho que, do ponto de vista da lei internacional, não tem o direito de fazê-lo".
"Eles podem revistar nossos barcos e procurar armas, que obviamente não vão achar, mas não podem nos impedir de entrar na região".
"Se impedirem, vai ficar claro que o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza não é apenas militar, mas sim civil", concluiu Halper.
Resistência
Halper afirmou que, caso as tropas israelenses tentem prender os ativistas, eles vão "resistir de maneira passiva".
"A vantagem de uma ação não-violenta é que de qualquer maneira se ganha. Se conseguirmos quebrar o cerco, ganharemos e mesmo se formos presos ganharemos, pois estaremos expondo a cara da ocupação e o fato de que Israel ainda está ocupando Gaza", concluiu o ativista.
Entre os participantes do protesto também se encontra a israelense Hedy Epstein, de 84 anos, Lauren Booth, que é parente de Cherie, esposa de Tony Blair, o escritor americano Ramzi Kysia e a jornalista americana Yvonne Ridley.
Os ativistas são dos Estados Unidos, Alemanha, Grécia, Israel, Territórios Palestinos e outros países.
O Movimento pela Libertação de Gaza obteve o apoio de Jimmy Carter e de Desmond Tutu.
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Ativistas chegam a Gaza e dizem ter 'rompido cerco'Guila Flint
De Tel Aviv para a BBC Brasil
Ativistas chegaram a Gaza depois de viajar 32 horas desde o Chipre |
O acesso dos barcos Liberty e Free Gaza não foi impedido pelas tropas isralenses, que impõem um bloqueio à região há 14 meses.
As autoridades israelenses, que haviam advertido os ativistas contra a viagem à Faixa de Gaza, optaram por não impedir a passagem dos barcos.
De acordo com o porta voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, Aviv Shiron, o governo decidiu evitar qualquer contato entre os barcos da Marinha israelense e os barcos dos ativistas.
“Nós sabemos o que há nos barcos e quem são os passageiros, portanto decidimos não impedir sua entrada”, afirmou o porta-voz.
Pane eletrônica
O Liberty e o Free Gaza saíram do Chipre na manhã da sexta-feira, com o objetivo de romper simbolicamente o bloqueio imposto por Israel desde que o Hamas tomou o controle da Faixa de Gaza, em junho de 2007.
A viagem durou cerca de 32 horas. Na manhã deste sábado, todos os sistemas eletrônicos dos dois barcos, tanto de comunicação como de navegação, teriam entrado em colapso.
Os ativistas a bordo enviaram uma mensagem de emergência, por um telefone por satélite, dizendo terem sido "vítimas de sabotagem eletrônica".
Os barcos teriam ficado incomunicáveis por 5 horas e sofrido problemas com o sistema de navegação.
A porta-voz do movimento, Angela Godfrey-Goldstein, culpou as autoridades israelenses pela pane nos sistemas dos barcos.
"Nessas circunstâncias, a própria vida dos ativistas a bordo ficou seriamente ameaçada", disse Goldstein à BBC Brasil.
No entanto, o Exército israelense negou qualquer envolvimento no episódio.
'Objetivo político'
Os ativistas a bordo, pertencentes ao movimento Liberdade para Gaza, são de 17 países diferentes, entre eles Estados Unidos, Grã Bretanha, Alemanha, Grécia, Israel e Territórios Palestinos.
O ativista israelense, Jeff Halper, disse nesta sexta-feira à BBC Brasil que o objetivo da viagem “não é humanitário, mas sim político”.
“Não estamos levando alimentos ou medicamentos, mas ativistas de direitos humanos que querem protestar contra o cerco imposto à população de Gaza há mais de um ano”, disse Halper.
Segundo Paul Larudee, que é um dos fundadores do movimento, se trata de “uma luta por um direito humano básico, o direito dos palestinos de ir e vir, de sair e entrar na Faixa de Gaza”.
Godfrey-Goldstein disse neste sábado que “agora o governo israelense deve ficar ciente que sim, o mundo se importa, a sociedade civil tem uma voz e esta voz está dizendo ‘não’.”
'Prisão chamada Gaza'
“Os seres humanos têm direitos que são sagrados, e as pessoas estão dispostas a defendê-los, onde quer que estejam, até na prisão chamada Gaza”, afirmou Goldstein.
Vinte barcos de pescadores palestinos que tinham tentado sair para receber o Liberty e o Free Gaza no mar, tiveram que retornar, depois que navios da Marinha israelense dispararam tiros de advertência.
O líder do Hamas na Faixa de Gaza, Ismail Hania, expressou satisfação com a chegada dos barcos e chamou “mais ativistas a virem protestar contra o bloqueio injusto imposto à população da Faixa de Gaza”.
De acordo com a Agência de Refugiados das Nações Unidas, a população da Faixa de Gaza, de cerca de 1,5 milhão de habitantes, sofre falta de produtos básicos, inclusive alimentos, medicamentos e combustíveis.
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