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terça-feira, 5 de agosto de 2008

Distribuição de renda no Brasil melhora mas ainda é discrepante

Crescimento econômico do país reduziu pobreza e aumentou número de ricos, diz Ipea

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O crescimento econômico reduziu a pobreza, mas, paralelamente, aumentou o número de ricos no Brasil. A constatação é de uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que será divulgada amanhã (5), em Brasília.

A pesquisa Pobreza e Riqueza no Brasil Metropolitano indica que a recuperação da economia brasileira está sendo acompanhada pela melhora na renda das famílias, em todas as faixas, o que resulta em queda no número de pobres e na elevação do número de ricos.

De acordo com o Ipea, além do crescimento econômico, contribuíram para a redução da pobreza os ganhos do salário mínimo e as transferências do governo. “Já os ricos, além do crescimento econômico, se beneficiaram dos ganhos de produtividade, que pouco são repassados para os salários”, avaliam os realizadores do levantamento.

A pesquisa, que será divulgada pelo presidente do Ipea, Marcio Pochmann, abrange o período de 1992 a 2008 e conceitua como pobre o indivíduo que tem renda mensal de até meio salário mínimo (R$ 207,50). Rico, segundo a pesquisa, é aquele indivíduo pertencente a famílias cuja renda mensal é igual ou superior a 40 salários mínimos (R$ 16.600).

Convergência de fatores explicam os enormes avanços



FGV aponta que classe média representa 52% da população


Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A classe média brasileira chegou a 51,89% do total da população do país em abril de 2008. A parcela que integra a classe C, com rendimento familiar entre R$ 1.064 e R$ 4.591, em média, superou o pico medido em 2004, quando representava 42,49% dos brasileiros.

Os dados foram divulgados hoje (5) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que atribuiu o avanço da classe média, nas seis regiões metropolitanas estudadas, ao aumento do emprego com carteira assinada e ao bom desempenho da economia brasileira frente a crises externas.

"O Brasil fez o dever de casa nos últimos 20 anos e está colhendo esses frutos", disse o economista responsável pela pesquisa, Marcelo Néri. Segundo ele, a ascensão de parte da população também se explica pela geração de renda. “Ou seja, cada um está ganhando seu próprio dinheiro e dependendo menos de transferências sociais”.

Segundo a pesquisa da FGV, nos últimos seis anos, houve queda na população que ocupa a classe E, ganhando até R$ 768. Essa parcela era de 42,82% em 2002. Atualmente, é de 32,59%. Também houve redução nas classes A e B - com rendimentos maiores que R$ 4.590 - que hoje são 15,52% contra 19,99%, em 2002. A classe D, que recebe entre R$ 768 e R$ 1064, ficou estável no período.

Com base nas pesquisas mensais de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dados do próprio Ministério do Trabalho, o estudo da FGV verificou ainda diminuição das desigualdades sociais e da miséria, que caiu 30% nos últimos seis anos.

Em abril deste ano, foram computados como miseráveis no Brasil 25,16% da população. Essa é a menor taxa desde 2002, mas representa 36 milhões de brasileiros que estão na classe E, segundo a pesquisa, e ganham no máximo R$ 768 por família por mês.

Ainda de acordo com a FGV, entre as seis regiões pesquisadas, registraram as maiores queda na miséria as capitais Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Salvador, seguidas por Porto Alegre, Recife e São Paulo.

Três milhões de pessoas deixaram a pobreza nos últimos seis anos

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil






Antonio Cruz/ABr
Brasília - Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, divulga pesquisa, demonstrando que o crescimento econômico do País está sendo acompanhado por uma melhora na renda familiar tanto dos pobres quantos dos ricos
Brasília - Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, divulga pesquisa, demonstrando que o crescimento econômico do País está sendo acompanhado por uma melhora na renda familiar tanto dos pobres quantos dos ricos
Brasília - Três milhões de pessoas deixaram a pobreza nos últimos seis anos nas seis principais regiões metropolitanas do país, o que corresponde a uma queda de 8,8 pontos percentuais na pobreza. Os dados são da pesquisa Pobreza e Riqueza no Brasil Metropolitano, divulgada hoje (5) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com dados de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.

O número de pobres era de 14,3 milhões em 2002, subiu para 15,4 milhões em 2003 e desde então vem caindo, tendo chegado a 11,3 milhões neste ano. Em termos percentuais, a evolução foi a seguinte: 32,9% em 2002, 35% em 2003 e a partir daí, uma queda contínua até os atuais 24,1%.

Os principais motivos, segundo o Ipea, foram o crescimento econômico, os ganhos do salário mínimo e as transferências do governo. Leia mais.

O nível de indigência seguiu o mesmo ritmo. Era de 12,7% em 2002 (5,5 milhões de pessoas), subiu para 13,7% em 2003 (6 milhões) e agora está em 6,6% (3,1 milhões).

Em 2003, o percentual de famílias mais ricas, com rendimento de 40 salários mínimos mensais ou mais, sofreu redução de 20%, voltando a crescer a partir de 2005. Segundo o Ipea, no ano passado, o percentual encontrava-se no mesmo patamar de 2002 e, neste ano, a tendência é permanecer estável.

A pesquisa revela, entretanto, que "todo o quadro favorável no que se refere à pobreza não evoluiu para a obtenção de ganhos de produtividade, em face da estabilidade econômica e dos ganhos com os aumentos do salário mínimo". De acordo com o Ipea, "os detentores dos meios de produção podem estar se apoderando de parcela crescente da renda nacional".

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