A artista plástica dinamarquesa Nadia Plesler teve uma idéia excelente, usar a sua criatividade, explorando símbolos de consumo para criar um campanha de combate aos horrores da fome e da guerra em Darfur, um dos maiores campos de refugiados do planeta.
Observe as contradições que ela aponta na arte criada em camisetas e posters cuja renda das vendas é revertida para a população de Darfur:
Uma criança acuada, subnutrida, desprotegida e desnuda que carrega os símbolos de consumo identitário das 'patricinhas' de Nova York e de Bervely Hills, cuja personalidade mais representativa é a socialite e atriz Paris Hilton. Trata-se da escandalosamente cara bolsa da marca francesa Louis Vuitton e o cachorrinho chihuahua de aparência duvidosa como o Tinkerbell de Paris Hilton.
O nome da campanha Simple living (vida simples) também alude a um programa do estilo reality show, protagonizado por Paris Hilton, o modelo mais bem acabado do consumismo como identidade pessoal.
O nome da campanha Simple living (vida simples) também alude a um programa do estilo reality show, protagonizado por Paris Hilton, o modelo mais bem acabado do consumismo como identidade pessoal.
Plesler não é a primeira artista a se incomodar com o fato de cerca de 2.500.000 de pessoas terem de viver refugiadas e cerca de 400.000 terem sido vitimadas pelo conflito e as péssimas condições de vida nos campos de refugiados.
O músico Brian Shaheen no ano passado fez um concerto no Carnegie Hall 'Requiem for Darfur' e reverteu a renda para as campanhas humanitárias que prestam socorro à região.
Das dezenas de vídeos que encontrei no youtube sobre a questão, selecionei Darfur: A Modern Day Genocide pelo fato de que ele foi feito por uma adolescente canadense de 15 anos, idade aproximada de nossos alunos na 8ª série/9º ano.
Ao final de seu contundente curta ela dá um depoimento sobre o que a motivou a fazer esse filme: insatisfeita com a falta de ação, de atitude em relação ao genocídio que ocorre na região sudanesa de Darfur, ela espera que ações como as de pessoas jovens como ela façam a diferença para aumentar a sensibilização no mundo adulto - lideranças mundiais e a sociedade civil planetária - para que ajam e ponham fim ao conflito e ao sofrimento de milhões de pessoas.
Voltemos à artista dinamarquesa Plesler e a marca francesa Louis Vuitton: a primeira está sendo processada pela Louis Vuitton por 'por infringir os direitos de propriedade intelectual da grife'.
Dada a recusa de Plesler de retirar de suas camisetas e cartazes a referência à bolsa da marca francesa, se a artista perder o processo terá de arcar com: 'cinco mil euros a cada novo dia de venda de produtos, mais cinco mil euros a cada dia que a carta de Plesrer permanecer publicada no site e outros cinco mil euros a cada dia que o site usar a palavra 'Louis Vuitton'.
A resposta de Plesler a Louis Vuitton é bastante ilustrativa de sua crítica ao consumismo desumano e a incapacidade de uma elite global olhar para os seus semelhantes. Segundo ela a ilustração foi inspirada pela constante cobertura na imprensa de "coisas sem sentido". "Já que não fazer nada, fora usar bolsas de grife e pequenos cachorros feios é suficiente para colocar gente em capas de revistas, então vale uma tentativa para aqueles que realmente precisam de atenção". Leia mais em Nadia Plesler
A artista franco-brasileira Marie Ange Bordas conviveu durante três anos com refugiados em Johannesburg (África do Sul) e no Campo de Refugiados de Kakuma (norte do Quênia). Por meio da realização de oficinas de fotografia, vídeo e som, do resgate de relatos orais e da criação de exposições dentro e fora das comunidades nasceu "Deslocamentos", um projeto artístico com e sobre pessoas vivendo a experiência de um deslocamento forçado.
O material que ela criou com as crianças e adultos destes também gigantescos campos de refugiados entre fotografias, vídeos, esculturas e outras instalações já circulou o país em uma das exposições mais contundentes que pude ver. Deslocamentos ao mesmo tempo em que mostra as viagens forçadas de populações inteiras premidas pelas guerras, fome e concentração de renda e terras, desloca a nós mesmos de nosso comodismo diante dessas tragédias que não poupam sequer as crianças.
O músico Brian Shaheen no ano passado fez um concerto no Carnegie Hall 'Requiem for Darfur' e reverteu a renda para as campanhas humanitárias que prestam socorro à região.
Das dezenas de vídeos que encontrei no youtube sobre a questão, selecionei Darfur: A Modern Day Genocide pelo fato de que ele foi feito por uma adolescente canadense de 15 anos, idade aproximada de nossos alunos na 8ª série/9º ano.
Ao final de seu contundente curta ela dá um depoimento sobre o que a motivou a fazer esse filme: insatisfeita com a falta de ação, de atitude em relação ao genocídio que ocorre na região sudanesa de Darfur, ela espera que ações como as de pessoas jovens como ela façam a diferença para aumentar a sensibilização no mundo adulto - lideranças mundiais e a sociedade civil planetária - para que ajam e ponham fim ao conflito e ao sofrimento de milhões de pessoas.
Voltemos à artista dinamarquesa Plesler e a marca francesa Louis Vuitton: a primeira está sendo processada pela Louis Vuitton por 'por infringir os direitos de propriedade intelectual da grife'.
Dada a recusa de Plesler de retirar de suas camisetas e cartazes a referência à bolsa da marca francesa, se a artista perder o processo terá de arcar com: 'cinco mil euros a cada novo dia de venda de produtos, mais cinco mil euros a cada dia que a carta de Plesrer permanecer publicada no site e outros cinco mil euros a cada dia que o site usar a palavra 'Louis Vuitton'.
A resposta de Plesler a Louis Vuitton é bastante ilustrativa de sua crítica ao consumismo desumano e a incapacidade de uma elite global olhar para os seus semelhantes. Segundo ela a ilustração foi inspirada pela constante cobertura na imprensa de "coisas sem sentido". "Já que não fazer nada, fora usar bolsas de grife e pequenos cachorros feios é suficiente para colocar gente em capas de revistas, então vale uma tentativa para aqueles que realmente precisam de atenção". Leia mais em Nadia Plesler
A artista franco-brasileira Marie Ange Bordas conviveu durante três anos com refugiados em Johannesburg (África do Sul) e no Campo de Refugiados de Kakuma (norte do Quênia). Por meio da realização de oficinas de fotografia, vídeo e som, do resgate de relatos orais e da criação de exposições dentro e fora das comunidades nasceu "Deslocamentos", um projeto artístico com e sobre pessoas vivendo a experiência de um deslocamento forçado.
O material que ela criou com as crianças e adultos destes também gigantescos campos de refugiados entre fotografias, vídeos, esculturas e outras instalações já circulou o país em uma das exposições mais contundentes que pude ver. Deslocamentos ao mesmo tempo em que mostra as viagens forçadas de populações inteiras premidas pelas guerras, fome e concentração de renda e terras, desloca a nós mesmos de nosso comodismo diante dessas tragédias que não poupam sequer as crianças.
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