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sexta-feira, 4 de abril de 2008

Favélafrica (Gato Preto) A família

Altino de Jesus Sacramento, mais conhecido como Gato Preto, é rapper.
Quarta feira ganhei dois presentes: conheci o professor Gerson, um jovem negro, professor concursado de Geografia que leciona para o Fundamental II em uma escola pública de Taboão da Serra (SP) e um cd do "Gato Preto" que ele me deu.
Apaixonado e comprometido com o seu trabalho educador, professor Gerson me falou com animação sobre o seu projeto desenvolvido com crianças da periferia de Taboão que une o ensino de Geografia e conceitos como urbanização, metropolização, favelização e hip-hop e me apresentou o compositor Gato Preto com uma epopéia do hip hop intitulada Faveláfrica.

Professor Gerson desenvolve esse projeto há cerca de 5 anos e me prometeu enviar as diretrizes para que eu possa socializar o seu trabalho aqui no blog da História em projetos.


Por hora, ouçam a canção e conheçam a letra de Faveláfrica, um verdadeiro grito de revolta contra o racismo; contra a herança escravagista, um libelo pela auto-afirmação da identidade negra, uma aula de história afro-centrada.

FAVELÁFRICA
(GATO PRETO, GRUPO a FAMÍLIA)

Certa noite ouvi gritos estridente e dolorosos
Os gritos eram de tamanha dor e tortura
Que eu me aproximei daquela triste e bela mulher negra
E perguntei o que havia
Ela cheia de dor, mágoa e tristeza
Respondia:
Lá vem ele, lá vem ele, lá vem ele, lá vem ele
Não compreendendo eu perguntei: Ele quem? Ele quem?
Melancolicamente ela bradava

O insano genocida, carrasco afanador de vidas
vai levar meus filhos inocentes por esses mares em tristes correntes
castigo, sangue, porões, pelourinho, chibata, grilhões
Filho do ódio, parasita, hospedeiro, filho do mal
chacal, condutor do pesadelo
Lá vem ele, lá vem ele, lá vem ele, lá vem ele
E ainda sem compreender novamente perguntei
Mas ele quem? Ele quem? Ele quem? Ele quem?

A Mãe África arduamente, incansavelmente respondia
O chacal carniceiro, abutre, bandido do estrangeiro
Destruindo nossos filhos simplesmente por dinheiro
Ele é! O NAVIO NEGREIRO

Reflito e sinto pena daquela preta ingênua
Que aceita ser chamada de mulata ou morena
Valéria, Valença, valei-me meu grande Deus,
De tanta inconsciência, porque ela se esqueceu

Do tapa na cara, a dor da chibata
O tronco, a senzala Na boca amordaça, da preta Anastácia
Chefe Ganga Zumba, Zumbi e Dandara
O racismo não passa, é tudo fachada
É jogada armada
É tapa na cara da nossa raça
O corpo na vala, a rota que passa, polícia que mata
Mais um preto arrasta, o capitão lá da mata
Do branco a risada, racista piada

É mesmo uma praga, pra mim isso basta,
tô pegando minhas facas
Minha língua é navalha, palavra que rasga
E fogo que se alastra, deflagra e conflagra
Mas não quero só fala, eu parto para prática

Olha lá no templo o irmão desiludido
Louco muito louco por um pouco de alívio
Sacaram de uma sacola era esmola era o dízimo
Fogueira, fumaça, carvão, forca, fogo, a inquisição
Católica religião, demagogia preconceito

Eu vejo o desrespeito. Simplesmente eu não aceito
Miscigenação forçada, Mãe África estuprada
Nunca descobridores. Invasores só canalha
Torturaram minhas raízes e nos deram as marquises
Agora surge o revide, o Gato Preto lhe agride

O guerreiro vai atacar, yalorixá, Yorubá
Keto e nação banto, Nagô povo africano
Nos roubaram a riqueza, a beleza e a nobreza
A terra, a natureza, dizimaram a realeza

Arquitetura, estrutura, medicina e cultura
Diamantes, agricultura, e todo poder de cura
Na minha religião, a inquisição e tortura
O ataque, o massacre, o abate os combates

As brigas, as intrigas na Serra da Barriga
Negros combatentes, lusitanos covardes
A trincheira tá armada, a arena e Palmares
Católica covarde, com o apoio do padre

Resultado do pecado, esticado lá na esquina
Pro negro só chacina, nos roubaram a auto-estima
Ter cabelo crespo é vergonha pra menina
Só somos lembrados, no pesado ou na faxina

Luther King, Zumbi, Marighela,
Malcon X e Nelson Mandela
O povo preto avante na guerra
Sabotage e Jr Abu-Jamal e Donizete

Eu quero a parte que nos cabe,
Eu quero a parte que nos cabe
Eu quero a parte que nos cabe
E o reparo dos massacres

Dr. Rui Barbosa de mente majestosa
Ação meticulosa, pra mim foi criminosa
Fogo nos documentos, fogo em toda prova
fogo na minha vida, fogo na minha história

Devastaram o império, saquearam o minério
Era a peste branca, apoiada pelo clero
Mais eu quero, quero, e espero, sigo reto meu critério
Por quê?
Chicote rasgou corpo, sangue rolou no rosto
O carrasco achou pouco, era sangue de um porco
Assim ele dizia, o chicote, chibata descia

O irmão traidor me persegue no asfalto
Hoje quatro rodas, mas ontem cavalo
Hoje é polícia, ontem capitão do mato
Fato do meu passado, não me faço de rogado

Conheço, reconheço, muito bem todos esses fatos
Não me sinto derrotado, vou além conquisto espaço
o Preto não é aceito, é simplesmente tolerado
Quero a parte no meu prato, do bolo meu pedaço

Patroa muito boa, falsa como um dragão
escraviza Seu João
Só gosta da Maria, de vassoura na mão
No tanque lava roupa, e a barriga no fogão
Uma falsa dialética de forma sintética
Ausência de ética, falando em estética

Negro marcado, intitulado plebeu
A África não vale, só padrão europeu
Diz que o branco é bonito,o feio aqui sou eu

O Professor me fale, dos meus líderes, meus mártires
Chega de contrastes, ascensão sociedade
Quero a parte que me cabe. Educação e faculdade
Não quero as calçadas, eu preciso é de aulas

Trabalho informação, não um copo de cachaça
O tolo quer maconha, eu prefiro um diploma
Informado, doutorado, diplomado e graduado
Igual a Milton Santos, foi lá no passado

Eu parto pro debate, digo não à todas grades
Incentivo o ataque, agrupamento pro combate
Quero reparação por todo o massacre
E se eu sou oitenta, cota oitenta pra minha classe

E pra você ouvir, eu vou lhe repetir
Quero a parte que me cabe, quero a parte que me cabe
Eu quero a parte que me cabe e o reparo dos massacres

Eles querem guerra eu quero é paz
mas se quer, eu quero é mais, defender meus ancestrais
e por isso corro atrás Gato Preto é sagaz
bola plano eficaz, destruindo os capatazes
por quê?
Criaram novos termos, camuflando o preconceito
Fingindo encobrindo, o desastre que causou
Pretinho, moreninho, mulato homem de cor
Não aceito eu sou negro, eu sou afro-brasileiro
Herdeiros de Zumbi, eu também sou guerreiro

Cartola, Mandela, Portela.
Marcos Garvei, Marighela
Revolta da Chibata a Revolta dos Malês
Desmontutu minha nação gege
Meu black, minhas tranças, Referência pras crianças
Minhas tranças, o meu black, referência pros moleques

Candomblé, capoeira, feijoada, a caseira
Foi minha mãe quem criou
Besteira muita asneira, o seu livro já falou
Princesa Isabel, nunca me libertou



Pequena biografia do compositor na versão de seu parceiro GOG:

O Incendiário

Gog
[fala] Pra mim foi difícil. Foi preciso me libertar e
derrotar o senhor do fracasso, dos pensamentos
limitados, depois disso, no podium da vida brilhava
sozinho: o incendiário.

Textos, textos e mais textos escritos.
Livros lidos, relidos e devolvidos,
distribuidos adiante, avante discipulos!
Não era uma pedra, mas estilhaçava vidros.

Despertou o menino!
O fogo que quando queima,
desperta quem tava dormindo.
O fogo se alastra, o caçador vira caça,
A chama da consciência briga, alivia, devasta,

Ela greme lareira, fogueira,
Fogo na madeira, fumaça,
Distorce o contexto, arruma pretexto,
Fecha o cerco, ameaça.

Sou carro pro racha, sou burro, sou caixa,
Sou bala, sou brasa, o microfone que rasga o verbo e
embala a fala,
Já fui lança, espada, fui flexa, fui faca, fui clave
d'água,
atual e primata, de zumbi à Zapata, de ponta à ponta,
o que conta o mapa?

Chão onde perversos criaram impérios e farças,
Explorando, levando mimérios, basta!
Aos dread's, à pele, ao carvão, ao rasta,
O RAP uma nação em construção, uma casa,
Comunhão entre os irmãos, sim, fim do medo!
De tanto brincar, quebrou o brinquedo!

O conto das ruas, o sol ou a lua, as lendas
libertárias,
Engrossam e reforçam as veias coronárias
E o sangue frio, pulsa, vervilha,
O incendiário tem QG em Brasília.

REFRÃO
O indcendiário, o incendiário:
Eu sou o cobrador, o terror, em forma de gente!
O indcendiário, o incendiário:
Eu sou o cobrador, o terror, em forma de gente!

[FALA]
Meu nome é Altino Jesus do Sacramento,
Criado nas ruas de Ilhéus como indigente,
Desprezado, largado, Mas fui recolhido pelo QG,
recebido
E me deram o nome de: O incendiário.

Cavalo sem dono, selvagem,
Não aceita rédias,
Aqui na lei da selva,
vida certa é minha regra.

Eu vim em prol da plebe,
40 graus de febre,
É pata de monstro
na cabeça dos vermes.

Acordei, despetei,
Levantei desde cedo.
Eu me livrei da dor,
Da fome, do pesadelo.

Minha fé, minha mente
Resistente não dá falha,
Me livra da vala,
Da maldita navalha.

Sou a volta
Da revolta de quem tava adormecido,
Sou a volta
Da revolta do moleque oprimido.

Ação sempre pensada,
Na calma de um monge,
Pois um ato impensado,
Corrompe, mata o homem.

Sou pelo povo pobre
Na favela dos estados,
No ataque predatório
No farol fechado.

A cobrança sendo feita,
Avante proletário,
Quem não deve, não trema, não tremas,
Justiça é meu lema.

Dizia Sabotage:
"gato preto é ladrão de cena",
Sou problema, comprenda,
Gladiando na arena.

Meu ataque é direto e reto,
Ódio e amor mesclado,
O amor é pelo meu povo,
Dose de ódio pros carrascos.

Família GOG,
Se liga pro plano de atitudes:
Guerreiros da Nova Ordem,
Só Leão que ruge.

Invadindo as faculdades,
Sedes para debates,
Ações, reuniões,
Convocando a comunidade

A sra. da lavoura,
O idoso com a marmita,
A menina no lixão,
Num barraco palafita.

Eu sou por todos nós
Um guerreiro Legionário,
Aqui fala um rebelde,
Gato-preto, incendiário.

[REFRÃO]

[FALA]
É..eu tive oportunidade
De ser mais um entulho
No lixão da humanidade...
Reaji,me reciclei, não foi fácil.

E me tornei
Defensor do proletário,
Aí vai o depoimento
Do incendiário:

A cor da pele, a cabeça raspada,
O crime, a cara feia,
O retrato falado,
Parece comigo, mas não fui eu, já era!

Periferia vamos juntos pra guerra,
100% pro arrebento,
Mil graus,
Sem dar trégua.

Porque eu vim pra convocar os adormecidos,
Acordem!
Levantem, abram os olhos, venham comigo,
Não demorem

Pra ação, revolução,
Inquisição da maldade,
Do pecado, da inveja e da vaidade,

Porque na oração do louco,
Só louco entende a vida,
O opressor quer minha cabeça
Porque meu verso contamina

Invadindo labirintos,
Becos, vielas castelos,
De madeira, de lona preta,
até os mais belos,

Porque a chama que invade a mente
É rebeldia em prol da gente,
Consequentemente,
Tarja Preta, pra quem tá doente

O grito se propaga no verso irado,
É agressão
Pra quem vê fogo por todos os lados,

Se alastrando em cima da base,
Rachando concreto, implodindo pilares,
Em muitos lugares, em vários andares,
Do arranha céu.

Mas também sou Liberdade,
Quebrando a algema no pulso do réu,
O amargo do féu,

Aqui o produto é inflamável,
Auto-corrosivo, na operação,
Meus modos são agressivos

E que os verdadeiros não tenham medo de mim,
Porque a larva do vulcão sou eu,
Enfim,

Me rebelei carbonizador,
Em pleno século XXI,
O príncipe do castelo de madeira,
O cidadão comum,

Denis preto, realista,
Frio e calculista,
Aqui o incendiário
Do Interior Paulista.

[REFRÃO]

Procurando suspeitos
Ridson Dugueto, Correio da Cidadania, 18-25 de abril, 2004


Altino Jesus do Sacramento, acusado no dia 28 de fevereiro de 2004 do porte de uma pistola Taurus 9 mm, numa noite de festa com amigos, onde comemorava o lançamento do sétimo trabalho fonográfico com o grupo que o acolheu em poesia, irmandade e amizade: A FAMÍLIA GOG. É o mesmo Altino que passou praticamente toda a infância e adolescência nas ruas de Ilhéus (Bahia), sobrevivendo com todos os sonhos cabíveis a um garoto de rua em qualquer lugar do mundo. Com muita malícia também, é verdade, necessária para a continuação de sua existência nessas condições. Porém, com muita dignidade, orgulha-se ao dizer: "Nunca botei qualquer droga na mão ou na boca, nunca fui de gangue, nunca botei mão em arma..." .

E carregava a honestidade que a fome compreende e perdoa, numa perspectiva onde certo e errado (novamente) levam outros conceitos, compreensíveis do ponto de vista da sobrevivência humana. Ele é o mesmo Jesus do Sacramento que, junto à Posse SUAT e aos grupos Extremamente e QG Nordestino (SP), sempre procurou atuar em prol da favela, palestrando contra o uso de drogas, contra a violência e a favor do orgulho negro e do estudo como única chance de salto de qualidade de vida para o povo carente de tudo na periferia.

O Sacramento que recebeu foi uma mostra de batismo de violência mesclada a preconceito, que é a lente programada com a visão do biótipo do marginal perfeito, aliada ao aprendizado da cartilha policial de antropologia criminal, racismo transformado em prática que vem desde os tempos das quatro patas até os dias de hoje, com as atuais quatro rodas.

Abordado em frente a sua casa, com a acusação de ser portador de uma arma de fogo que nem encontrada com ele foi, assim está no seu depoimento:

"Começou um corre-corre, então eu saí do local andando, e fui em direção a minha casa, quando vi os policiais lá dentro. Então eles me revistaram, me algemaram dando voz de prisão e dizendo que já haviam encontrado a arma, mas eu não sabia que arma era essa, ou onde a encontraram, e Everton (seu cunhado e MC do grupo QG Nordestino), eu nunca o vi armado!".

Altino e Everton passaram os 22 dias seguintes presos no 34o. Distrito policial da Vila Sônia, com outras pessoas acusadas das mais diversas naturezas criminais, enquanto, do lado de fora, amigos, esposa e militantes do movimento negro e do movimento hip-hop concentravam esforços em juntar materiais produzidos em debates e palestras ministrados por ele, assim como shows com sua participação, com o pensamento de anexá-los ao seu processo como provas de seu trabalho artístico social.

Um advogado de sua confiança foi contatado para encaminhar sua defesa, e Robson, amigo de Altino e Everton, ficou encarregado de encontrá-lo para pagar seus honorários. Passando próximo à mesma delegacia onde detidos estavam seus amigos, foi abordado por policias que, ao revistarem-no, encontraram a quantia em dinheiro de 1.800 reais, destinados ao pagamento do advogado. Indagado sobre a procedência do dinheiro, Robson explicou por que carregava a quantia e, então, foi detido e encaminhado para a delegacia próxima, onde os policias que o enquadraram apresentaram uma arma de calibre 38, de numeração raspada, alegando que Robson a carregava quando foi revistado.

Foi acusado de porte ilegal de arma, e conta que, antes, foi agredido pelos PMs. Em seguida, acusaram-no de tentativa de suborno, supostamente com a mesma quantia que Robson carregava consigo.

Altino Jesus do Sacramento é conhecido como Gato Preto, músico e escritor que mantém trabalhos com o Rapero GOG, de renome nacional no hip-hop, com o grupo Extremamente - do qual é membro fundador. Milita nas atividades da Posse SUAT e participa desde oficinas educativas em FEBEMs e escolas até shows comunitários que contam com a arrecadação de livros e alimentos para a comunidade onde mora, Jd. Colombo. Escreve na Literatura Marginal, projeto literário que conta também com a participação de outros escritores.

Seu cunhado Everton é conhecido no Colombo por Cob, é MC do grupo QG Nordestino, e acompanha Gato Preto na maioria dessas atividades, principalmente as relacionadas a sua comunidade.

Ambos estão em liberdade provisória mediante pagamento de fiança, e vão ter que enfrentar um processo e provar sua inocência perante a "justiça". A mesma "justiça" que tem a responsabilidade de punir aqueles que "representam perigo à sociedade". E eu nem vou buscar precedentes e fatos históricos para dizer que essa "justiça" é uma grande mentira. Gato Preto e Cob não são os primeiros jovens negros a serem acusados de crimes que não cometeram, cujos únicos critérios para suspeitas são: negro e pobre.

Mas vou dizer que, apesar de Gato Preto, Cob e Binho (Robson) não portarem armas, existem, sim, muitas pistolas, submetralhadoras, munição, assim como drogas de quase todas as espécies; e que muitos jovens sem estudo ou trabalho, sem amparo ou assistência, sem moradia digna ou estrutura familiar são diariamente presos pelas respectivas acusações de tráfico de drogas, porte de armas, assassinatos e formação de quadrilha; e que essas armas e drogas estão sendo atiradas diariamente nas favelas do Brasil como Napalm no Vietnã, e que quem dá a ordem pra o despejo de tantas causas de degeneração da vida humana não freqüenta festas da periferia, não circula por bairros periféricos, não tem pele escura pra refletir as cores dos "giroflex" das viaturas, e, ainda, "surpreendentemente", não foi encontrado para prestar depoimentos... será que o procuram?

Binho continua refém do Estado, preso no 34a. Distrito Vila Sônia, e a primeira audiência de Gato Preto acontece no dia 15 de Abril de 2004.

Há uma grande parcela da "sociedade" brasileira a favor da pena de morte, da diminuição da maioridade penal e de outras penas mais duras para casos semelhantes a esse, e encontram respaldo em programas de televisão que vendem pânico e promovem mais medo e violência na população. Os nomes dessas pessoas também não estão envolvidos no processo.

Ridson Dugueto, 20 anos, mora na favela do Jardim Jaqueline (SP). Ele faz parte do grupo de rap Extremamente, que integra a posse de hip-hop Sindicato Urbano de Atitude (SUAT).

site oficial do grupo A família

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