Elza Fiúza/ABr Brasília - O ministro-chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, o ministro-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, na abertura da Conferência Mundial contra o Racismo | |||||
“Acreditávamos que éramos uma democracia racial. Hoje sabemos que isso não é verdade.” Amorim reforçou que, em 2001 – durante a 1ª conferência mundial, em Durban (África) –, diversos países assumiram o compromisso de eliminar o racismo. Entretanto, segundo ele, a sociedade como um todo continua a testemunhar os “flagelos” provocados pelo preconceito contra negros, índios, mulheres e migrantes. “Não se pode falar em um sistema político democrático se milhões de pessoas são privadas de seus benefícios e de suas promessas.” Para o ministro da Secretaria Especial de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, os países latino-americanos e da região do Caribe têm a obrigação de oferecer caminhos para a superação da discriminação racial, da xenofobia, da intolerância e da desigualdade. Segundo ele, pelo menos 17 países já estabeleceram instâncias oficiais responsáveis pela promoção e pela execução de políticas públicas de igualdade racial mas, no caso do Brasil, a adesão às recomendações de Durban nem sempre é “pacífica”. “As políticas de cotas sociais para o ingresso nas universidades, a titulação de terras quilombolas e outras ações afirmativas sofrem constantes questionamentos na Justiça.” Santos ressaltou que um relatório recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que o país levaria 65 anos para alcançar a igualdade econômica entre brancos e negros utilizando apenas políticas públicas universais. “As desigualdades são evidentes.” Zulu Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares – vinculada ao Ministério da Cultura – acredita que o Brasil avançou no combate à discriminação mas lembra que nem todas as metas estabelecidas na 1ª conferência mundial foram cumpridas. “Ainda temos problemas, por exemplo, na área religiosa. Tem aumentado a intolerância às religiões de matriz africana e isso tem trazido não apenas intranquilidade mas também conflito. Outra área que temos problema é a fundiária, de remanescentes de quilombos. Setores conservadores resistem a qualquer medida que signifique acesso à terra.” A Conferência Regional das Américas para a revisão da 1ª Conferência Mundial contra o Racismo segue até quinta-feira (19). Serão avaliados os avanços desde a primeira conferência mundial – realizada em 2001 na cidade de Durban, na África – e traçadas as metas regionais de igualdade racial para os próximos anos. A Conferência de Revisão de Durban acontece em 2009, em Genebra. Vão ser avaliados os progressos obtidos na implementação da Declaração e do Plano de Ação de Durban, além de identificadas e compartilhadas boas práticas no combate ao racismo, à discriminação racial, à xenofobia e a manifestações de intolerância. ***************
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quarta-feira, 18 de junho de 2008
Somos racistas, como combater esta 'fé bandida'?
Democracia é incompatível com discriminação, diz Amorim
Paula Laboissière ( Repórter da Agência Brasil)
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje (17) que uma verdadeira democracia é “incompatível” com a discriminação. Durante a abertura da Conferência Regional das Américas para a revisão da 1ª Conferência Mundial contra o Racismo, ele lembrou que o Brasil, durante muito tempo, negou a existência do racismo.
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