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quarta-feira, 18 de junho de 2008

Somos racistas, como combater esta 'fé bandida'?

Democracia é incompatível com discriminação, diz Amorim

Paula Laboissière (Repórter da Agência Brasil)

Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje (17) que uma verdadeira democracia é “incompatível” com a discriminação. Durante a abertura da Conferência Regional das Américas para a revisão da 1ª Conferência Mundial contra o Racismo, ele lembrou que o Brasil, durante muito tempo, negou a existência do racismo.


Elza Fiúza/ABr
Brasília - O ministro-chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, o ministro-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, na abertura da  Conferência Mundial contra o Racismo

Brasília - O ministro-chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, o ministro-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, na abertura da Conferência Mundial contra o Racismo

“Acreditávamos que éramos uma democracia racial. Hoje sabemos que isso não é verdade.”

Amorim reforçou que, em 2001 – durante a 1ª conferência mundial, em Durban (África) –, diversos países assumiram o compromisso de eliminar o racismo. Entretanto, segundo ele, a sociedade como um todo continua a testemunhar os “flagelos” provocados pelo preconceito contra negros, índios, mulheres e migrantes.

“Não se pode falar em um sistema político democrático se milhões de pessoas são privadas de seus benefícios e de suas promessas.”

Para o ministro da Secretaria Especial de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, os países latino-americanos e da região do Caribe têm a obrigação de oferecer caminhos para a superação da discriminação racial, da xenofobia, da intolerância e da desigualdade.

Segundo ele, pelo menos 17 países já estabeleceram instâncias oficiais responsáveis pela promoção e pela execução de políticas públicas de igualdade racial mas, no caso do Brasil, a adesão às recomendações de Durban nem sempre é “pacífica”.

“As políticas de cotas sociais para o ingresso nas universidades, a titulação de terras quilombolas e outras ações afirmativas sofrem constantes questionamentos na Justiça.”

Santos ressaltou que um relatório recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que o país levaria 65 anos para alcançar a igualdade econômica entre brancos e negros utilizando apenas políticas públicas universais. “As desigualdades são evidentes.”

Zulu Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares – vinculada ao Ministério da Cultura – acredita que o Brasil avançou no combate à discriminação mas lembra que nem todas as metas estabelecidas na 1ª conferência mundial foram cumpridas.

“Ainda temos problemas, por exemplo, na área religiosa. Tem aumentado a intolerância às religiões de matriz africana e isso tem trazido não apenas intranquilidade mas também conflito. Outra área que temos problema é a fundiária, de remanescentes de quilombos. Setores conservadores resistem a qualquer medida que signifique acesso à terra.”

A Conferência Regional das Américas para a revisão da 1ª Conferência Mundial contra o Racismo segue até quinta-feira (19). Serão avaliados os avanços desde a primeira conferência mundial – realizada em 2001 na cidade de Durban, na África – e traçadas as metas regionais de igualdade racial para os próximos anos.

A Conferência de Revisão de Durban acontece em 2009, em Genebra. Vão ser avaliados os progressos obtidos na implementação da Declaração e do Plano de Ação de Durban, além de identificadas e compartilhadas boas práticas no combate ao racismo, à discriminação racial, à xenofobia e a manifestações de intolerância.
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ONU avalia que racismo no Brasil ainda é preocupante

Paula Laboissière (Repórter da Agência Brasil )





Brasília - A situação de racismo no Brasil – com destaque para a presença da discriminação em comportamentos cotidianos – ainda é preocupante. A avaliação é do representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Vincent Defourny.

Durante a abertura da Conferência Regional das Américas para a revisão da 1ª Conferência Mundial contra o Racismo, hoje (17), Defourny ressaltou alguns avanços brasileiros, como a implementação da Lei 10.639, que torna obrigatório o ensino da cultura e da história africanas na rede pública de ensino.

A Unesco, segundo ele, apóia a iniciativa por meio da tradução do idioma africano para o português, possibilitando a confecção de material pedagógico, além da capacitação de professores e do desenvolvimento de metologias “que permitam ao Brasil conhecer suas raízes africanas”.

“Isso é válido também para as culturas indígenas, que são parte da matriz brasileira. O conhecimento mínimo da formação da identidade brasileira é talvez uma chave para melhorar a discriminação racial”, disse o representante da Unesco.

Marie Pierre Pourier, representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, lembra que o Brasil é uma nação que busca ser “de todos”, mas que a análise de indicadores sociais mostra uma situação de desigualdade.

A mortalidade infantil em crianças brancas, segundo ela, é consideravelmente menor do que a registrada em crianças negras. Também no acesso à educação, Marie Pierre destaca que o acesso de crianças e adolescentes à escola – apesar de ter alcançado 98% da população – aponta que dos 660 mil alunos fora da escola, 450 mil são afro-descendentes.

“Precisamos utilizar as boas práticas e os sucessos que o Brasil realmente conseguiu. Para que esse processo dê certo, uma apelo muito forte é para o diálogo com os jovens. Não desenvolver programas para eles, mas com eles, oferecendo oportunidades”, disse a representante da Unicef.

A Conferência Regional das Américas para a revisão da 1ª Conferência Mundial contra o Racismo segue até quinta-feira (19). Serão avaliados os avanços desde a primeira conferência mundial – realizada em 2001 na cidade de Durban, na África do Sul – e traçadas as metas regionais de igualdade racial para os próximos anos.

A Conferência de Revisão de Durban acontecerá em 2009, em Genebra, Suiça. Vão ser avaliados os progressos obtidos na implementação da Declaração e do Plano de Ação de Durban, além de identificadas e compartilhadas boas práticas no combate ao racismo, à discriminação racial, à xenofobia e a manifestações de intolerância.

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