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quinta-feira, 26 de junho de 2008

Para entender os embates atuais da Raposa Serra do Sol

Nesta postagem vou reproduzir alguns artigos e o documentário cuja direção e reportagem são do jornalista Luiz Carlos Azenha sobre os conflitos em Roraima na Raposa Serra do Sol.

Posteriormente farei um parecer pedagógico para contribuir com o uso desse documentário de grande valor jornalístico em sala de aula.

Por hora reproduzo uma pequena avaliação do documentário feita por um telespectador bastante crítico, Eduardo Guimarães do MSM:

A escolha do Azenha

Todos os dias venho aqui e escrevo sobre mau jornalismo. Hoje, inverterei tudo, escreverei sobre jornalismo bom.

Tive o privilégio de assistir ao documentário dirigido e reportado por Luiz Carlos Azenha para a TV Cultura de São Paulo. Eu sabia o que esperar, porque neste cerca de um ano em que fui me aproximando dele desde o primeiro momento vi que era um homem de bem.

Mas o documentário foi como que um corolário desse processo em que me aproximei do jornalista, primeiro, pela internet, depois, por telefone e, por fim, pessoalmente.

Foi um trabalho jornalístico estritamente correto. Ao fim do programa, considerei-me de posse de todas as informações necessárias para formar minha opinião sobre a disputa na reserva indígena Raposa / Serra do Sol, em Roraima.

Se alguém, ao fim do documentário, pendeu para um dos lados, é porque esse lado tinha melhores argumentos. Azenha deu espaço idêntico a todos. Não fez pegadinhas. Não omitiu, diminuiu ou aumentou alguns desses argumentos.

Todos disseram o que quiseram. Não houve lado sem ser ouvido. Justiça, grileiros, índios, população branca, índios que criticam índios, o Estado, as Forças Armadas... Todos os que tinham o que dizer sobre o assunto, disseram. A cada acusação uma resposta; a cada argumento um contra-argumento.

Por conta de tão boas informações que recebi, vou tentar simplificar a questão.

Suponhamos que os americanos resolvam ocupar áreas desocupadas em São Paulo. Dirão que estão trazendo o desenvolvimento porque têm mais condições do que os paulistas para promover esse desenvolvimento, e que defenderão o Estado de invasões ultramarinas, pois, afinal, somos todos americanos, ou seja, vivemos todos no continente americano.

Claro que o caso da disputa em Roraima não é bem esse. Usei uma metáfora para fazer prevalecer o conceito de nação. Alguns confundem nação com país. Não são a mesma coisa. O conceito de nação envolve a cultura, os laços e as raízes de um povo, e o conceito de país envolve basicamente a geografia e a política.

Os índios são os donos da América. Os brancos vieram, há alguns séculos, e os mataram, escravizaram e, por fim, submeteram aos seus desígnios. As reservas indígenas são um prêmio de consolação aos verdadeiros donos da América, mas os brancos não se conformaram em tirar-lhes quase toda a terra. Querem terminar o “serviço”.

Os grileiros deixam escapar a excelência da terra em Roraima e, sobretudo, na reserva Raposa / Serra do Sol. Mas não usam essa excelência como argumento para retalhar a reserva indígena. Preferem dizer que estão lá para “defender o Brasil de invasões estrangeiras”. E os militares que apóiam os grileiros não explicam por que não defendem o povoamento em outras regiões abandonadas de fronteira. Seria por serem menos atrativas do ponto de vista da agricultura ou da mineração?

O jornalismo pode ser belo. Pode exalar honestidade e decência ou desonestidade e perversão. Luiz Carlos Azenha escolheu a primeira opção.



(PARTE 1)


(PARTE 2)


(PARTE 3)


(PARTE 4)


(PARTE 5)


(PARTE 6)


(PARTE 7)

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