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domingo, 12 de julho de 2009

Relatório da UNESCO sobre os estragos provocados pela ocupação militar

11.07.2009 - 23h31 Sofia Lorena

Erguer uma base militar na cidade arqueológica da Babilónia é “como estabelecer um campo militar em redor da Grande Pirâmide do Egipto ou à volta de Stonehenge, no Reino Unido”, escreveu-se em 2005 num estudo do Museu Britânico. A verdade é que em 2003 e 2004 ali funcionou uma base militar, primeiro norte-americana e depois polaca, e os estragos que ela provocou, diz agora a UNESCO, têm de ser resolvidos com urgência.

“Sem apontar dedos, temos agora um retrato claro da situação”, escrevem os autores do novo relatório, do comité internacional de coordenação para a salvaguarda da herança cultura iraquiana, da organização da ONU para a educação, ciência e cultura. “A presença militar na cidade implicou o estabelecimento de uma zona militar, envolvendo fortificações e medidas defensivas que causaram estragos directos e indirectos”, explica-se.

Há os tijolos esmagados em nove dos corpos de animais que adornam a Porta de Ishtar, estragos resultantes da construção de zonas de estacionamento para veículos militares e depósitos de petróleo, uma estrada que foi aberta até à zona dos templos, todos os materiais arqueológicos retirados do contexto para dar lugar a barreiras de segurança e trincheiras.

E estragos que se imaginam mas não se podem confirmar, já que grande parte da cidade está por escavar. “Várias zonas arqueológicas” foram “niveladas e depois cobertas de areia e gravilha”, e nalguns casos ainda “tratadas com químicos”, antes de o solo ser compactado por “equipamento pesado”, o que “pode ter destruído quaisquer antiguidades debaixo da superfície”. “Os efeitos dos tratamentos químicos nas camadas subterrâneas não são ainda conhecidos.”


A Babilónia, ocupada a 21 de Abril de 2003, já antes tinha sido pilhada: foram roubados e destruídos objectos da biblioteca e dos arquivos da cidade e dos museus com os nomes de dois reis que governaram a cidade, Nabucodonosor (604-562 a.C.), o construtor dos míticos jardins suspensos, uma das sete maravilhas do mundo antigo, e Hammurabi (1792-1750 a.C.), autor do primeiro código de leis do mundo.

Entre os estragos a que é preciso atender, a urgência máxima vai para a Porta de Ishtar e para o Caminho Processional, parcialmente esmagado por tanques e helicópteros.

Cabe agora ao Conselho das Antiguidades e do Património Iraquiano, a quem o local foi entretanto restituído, “realizar intervenções de urgência, nomeadamente restaurar os templos de Ninmah, de Nabu-sha-Hare, de Ishtar e no muro da cidade interior”. Depois, é preciso pensar na “reabertura parcial”. E assim, a cidade da antiga Mesopotâmia, “indiscutivelmente um dos mais importantes lugares arqueológicos do mundo”, poderá vir a integrar a Lista do Património Mundial da UNESCO.

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