Apesar de manter, em sua análise, a distância própria do pesquisador acadêmico, o autor expõe os bastidores da instituição para defender a tese de que o universo simbólico da Igreja Universal tem como base a satanização das outras religiões, sobretudo dos cultos afro-brasileiros, como a umbanda e o candomblé.
Segundo Almeida, que realizou extensa pesquisa de campo e bibliográfica para redigir a tese, o antagonismo com outras religiões é fundamental para a Igreja Universal do Reino de Deus definir sua identidade. Alvo de polêmicas e controvérsias, justamente pelas mudanças que introduziu no meio evangélico, a Universal não pode ser compreendida sem a contraditória relação de dependência que mantém com o que ela chama de “macumba”: os demônios combatidos em seus cultos, advindos da umbanda e do candomblé, são também a base da estrutura de seu repertório.
O livro, cujo prefácio é assinado por Alba Zaluar, está dividido em quatro capítulos: Expansão pentecostal; O diabo no templo; Trânsito das entidades; e Chute na Santa. O conjunto da obra traz informações até então pouco divulgadas sobre o funcionamento dos cultos — como as técnicas usadas pelos pastores para forçar o transe dos fiéis — e inaugura uma linha argumentativa para o entendimento de um fenômeno novo no campo religioso brasileiro: a expansão pentecostal.
Fonte: J7
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