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sábado, 1 de agosto de 2009

Medo e temor, por Leandro Karnal

A crença em um ser superior pode gerar paz de espírito ou pode trazer medo. A Bíblia fala de dois patriarcas da fé: o Deus de Abraão é próximo e afetuoso; o Deus de Moisés lança raios e punições. Na origem da nossa cultura conhecemos um deus consolador e um deus terrível. Amor ou medo? Qual o principal motivo que leva as pessoas para a religião?

O historiador Leandro Karnal explica como essa natureza dupla da crença se reflete nos dias de hoje. Amor e Temor na experiência religiosa é o tema deste Café Filosófico.
Clique no link para ter acesso a uma excelente palestra do bem-humorado professor Karnal que criará paráfrases como: "O senhor é meu provedor de banda larga e ele nunca cairá!"
Íntegra: Medo e temor - Leandro Karnal

6 comentários:

NARA disse...

Minha surpresa foi enorme quando assiti o programa que tartava deste tema, estou curiosa para entender mais sobre o tema, gostaria de poder ler sobre o assunto e me aprofundar entendendo o tema, por que consequir entender que o tal "Deus" sempre foi fruto do medo umano, eu tinha minhas duvidas quanto ao "Deus" agora depois de ver o Dr Leandro falar, tenho certesa que o medo é que faz o homem acreditar, pesso que me indiquem um livro do Dr.Leandro, encantou-me a palestra.

é disse...

Cara Nara, professor Leandro Karnal informa que "o clássico seria o livro de Kierkegaard sobre o tema, mas é difícil. ]desse modo ele lhe rRecomendaria começar por Uma Hitória de Deus, da Karen Armstrong" (Leandro karnal, resposta enviada por mail).

Grande abraço
Conceição Oliveira

Zélia disse...

Hoje mais do q em outras épocas a religião enfim encontra seu legado, ela faz parte do curriculo histórico de cd indivíduo, antes no alto (céu) e os homens ainda descobrindo a terra, a religião pairava sobre nossas cabeças como o bem o mal, um Deus sentado num trono como no antigo testamento, uma divindade q expulsa o homem do paraíso, e o abandona á própria sorte, e passam aser criaturas hostis pois pecaram e o pior continuam pecando, pois seus filhos Caim e Abel cometem o primeiro assassinato, Caim mata Abel, muito comentado igualmente como hoje, o horror o absurdo a primeira família q desobedece o seu Deus, inaugura o primeiro crime, e do alto um Jesus pregado na cruz, e nós ainda olhando pro alto continuamos a sacrificar o nosso criador, porem no novo testamento, o criador nos perdoa e pouco a pouco a religião (re-ligar) incia a sua história concreta, nós agora seres unidos com o sagrado e perdoados, cada um faz suas escolhas"..O cristianismo histórico adia para além da história a cura do mal e do assassinato, q, no entanto, são sofridos na história." (Albert Camus); portanto, a relegião esta em pauta, ela é disciplina é história concreta, desceu á terra, criador e criatura questionam o longo caminho da salvação, q é desvendar o amor pelo próximo. Josélia Florencio Cossina....Obrigada Leandro Karnal, vc como professor (excelencia) ensina a aprender apreciar o gosto pelo saber........

Fanzine Episódio Cultural disse...

BANALIDADE

Sob a mira de um revolver
A vida testemunha
Seus últimos instantes.
O gatilho dispara,
Enquanto um corpo em câmera lenta,
Despenca sobre uma poça de estatística.

(Agamenon Troyan)

Domingos disse...

Um pouco mais sobre religião...



Adentro me lancei no Oceano da Libertação...
Krishnamurti.
(A Busca)

Freud, em seus estudos,debruçou-se, também, sobre uma questão crucial para o ser humano - a religião. O pai da psicanálise empenhava-se para que sua teoria fosse aceita como científica, o que hoje é abertamente negado, pois a psicanálise não resiste aos critérios que definem a ciência.
Uma vez que o mito da ciência como libertadora do homem de todos os seus males físicos e metafísicos soçobrou - embora alguns ainda se agarrem desesperadamente às tábuas que restaram do seu progressivo naufrágio - essa própria derrocada do mito, paradoxalmente, veio dar ainda algum fôlego à psicanálise - já não há grande valor e interesse em demonstrar-se "científica".
A crença e a esperança, que à época havia, de que o aumento do conhecimento, com o consequente progresso, levaria à formação de uma sociedade saudável mostraram-se totalmente falsas e irreais. Tratou-se, realmente, de uma crença ingênua e infantil, simplória, estimulada para servir aos interesses de ordem comercial. Na modernidade tardia, na contemporaneidade, vê-se o resultado da concepção de vida proveniente do renascimento, da modernidade, do iluminismo e do positivismo - crescente incerteza, espantosa banalidade, identidades fluidas, estruturadas com base no consumo, que a cada momento necessitam ser reconfiguradas, consciência aguda da ausência de sentido disimulada pelo consumismo desenfreado, aumento dos casos de depressão, de pânico e do sentimento de vazio. Essa situação que a humanidade atravessa pode servir como impulso para um salto qualitativo.
Nos seus estudos, Freud dá início ao texto "O Mal-Estar na Civilização" (Obras Completas, editora Imago) abordando o "sentimento oceânico", em razão da correspondência que mantinha com o escritor Romain Rolland, que ele chama de "um desses seres excepcionais". O pai da psicanálise reconhece que o fato de não ter a experiência pessoal desse sentimento não lhe dá o direito de negar que ele de fato ocorra em outras pessoas, e passa a examiná-lo. Diz ele, ao longo do exame: "Nosso presente sentimento de ego não passa, portanto, de apenas um mirrado resíduo do sentimento muito mais inclusivo - na verdade, totalmente abrangente -, que corresponde a um vínculo mais íntimo entre o ego e o mundo que o cerca. Supondo que há nuitas pessoas em cuja vida mental esse sentimento primário do ego persistiu em maior ou menor grau, ele existiria nelas ao lado do sentimento do ego mais estrito e mais nitidamente demarcado da maturidade, como uma espécie de correspondente seu. Nesse caso, o conteúdo ideacional a ele apropriado seria exatamente o da ilimitabilidade e de um vínculo com o universo - as mesmas idéias com que meu amigo elucidou o sentimento "oceânico". Contudo, teria eu o direito de presumir a sobrevivência de algo que já se encontrava originalmente lá, lado a lado com o que posteriormente dele derivou? Sem dúvida, sim"
Prossegue ele dizendo, mais adiante: "Permitam-me adimitir uma vez mais que para mim é muito difícil trabalhar com essa quantidades quase intangíveis." Afirma também que a religião do homem comum é a única que deveria levar o nome de "religião", e que foi nesse tipo de religião que estava mais interessado quando escreveu "O Futuro de Uma Ilusão", "naquilo que o homem comum entende como sua religião - o sistema de doutrinas e promessas que, por um lado, lhe explicam os enigmas deste mundo com perfeição invejável, e que, por outro, lhe garantem que uma Providência cuidadosa velará por sua vida e o compensará, numa existência futura, de quaisquer frustações que tenha experimentado aqui".
Romain Rolland havia escrito "A Vida de Ramakrishna" e "A Vida de Vivekananda".

Domingos disse...

Mais sobre religião... contunuação...


Provavelmente, Freud leu "A Vida de Ramakrishna", assim como o seu amigo leu "O Futuro de Uma Ilusão", o que deu início à troca de idéias entre eles. Em um trecho posterior de "O Mal-Estar na Civilização", depois de citar um outro amigo que lhe assegurou ser possível, por meio de certas práticas, regredir a estados primordiais da mente, que esse amigo via como a base de grande parte da sabedoria do misticismo, Freud afirmou que não seria difícil descobrir ali "vinculações com um certo número de obscuras modificações da vida mental, tais como os transes e os êxtases". Na vida de Ramakrishna, os êxtases estavam relacionados à iluminação.
Freud finaliza essa parte do seu texto dizendo: "Contudo, sou levado a exclamar, como nas palavras do mergulhador de Schiller: 'Regozije-se aquele que aqui em cima respira, na rósea luz'."
No campo que não é a religião do homem comum, o místico é aquele que resolve mergulhar nos abismos de sua natureza, enfrentando a morte do ser finito, do pseudo "eu", para que haja a ressurreição do glorioso si mesmo, como diz Ramana Maharshi.

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