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sábado, 1 de agosto de 2009

Origem africana do homem é determinada com precisão

31 de julho de 2009
Fonte: Scientific American Brasil


Sarah Tishkoff coleta amostras genéticas na Tanzânia.

Recente estudo genético, de grande abrangência, indica que os humanos se originaram numa localidade perto da fronteira entre as atuais África do Sul e Namíbia – uma indicação muito mais específica que a antiga vaga noção da origem africana.


Pesquisadores de 11 países colaboraram no estudo de mais de 4 milhões de genótipos, cujo resultado foi publicado on-line, em 30 de abril, na Science. Ao analisar sequências genéticas de 121 populações africanas, 60 populações não-africanas e 4 populações afro-americanas, foi possível retroceder na ancestralidade africana a até 14 agrupamentos.

Charles Darwin foi o primeiro a propor a origem africana dos humanos no seu livro, The Descent of Man, de 1871. Atualmente é completamente aceita a idéia de que os humanos modernos passaram metade de seus 200 mil anos de existência na África, tornando essa região de especial interesse para geneticistas, linguistas e antropólogos. O estudo confirma a hipótese dominante de que a África ainda é o local de maior diversidade genética.

Atualmente a África tem mais de 2 mil grupos etnolinguísticos e os pesquisadores conseguiram detectar sua movimentação dentro e fora do continente, ao combinar padrões linguísticos e genéticos. Entre outras descobertas, está a ancestralidade comum entre pigmeus e grupos de língua khoisan (que usam estalidos para se comunicar), e uma ruptura média na herança genética de afro-americanos, nas populações estudadas (cerca de 71% de africanos do oeste subsaariano, 13% de europeus e 8% de outros grupos africanos). Com um mapa mais detalhado dos genes, os pesquisadores esperam compreender melhor aspectos da saúde e de doenças em muitas dessas populações.

“Nós nos concentramos em pesquisas que beneficiem os africanos,” observa Sarah Tishkoff, principal autora do estudo e geneticista da University of Pennsylvania School of Medicine. Ela acrescenta que trabalhos futuros incluirão “estudos de fatores ambientais e de fatores genéticos de risco, em relação a enfermidades e respostas a medicamentos.”

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