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sexta-feira, 21 de março de 2008

DIA INTERNACIONAL DE LUTA PELA ELIMINAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL

Tributo A Martin Luther King
Composição: Ronaldo Bôscoli / Wilson Simonal, 1966
(para ouvir a música, na voz de Simoninha, clique aqui)
Sim sou negro de cor
Meu irmão de minha cor
O que te peço é luta sim, luta mais
Que a luta está no fim
Cada negro que for
Mais um negro virá
Para lutar com sangue ou não
Com uma canção também se luta irmão
Ouvir minha voz
Lutar por nós
Luta negra demais, luta negra demais
É lutar pela paz, é lutar pela paz
Luta negra demais
Para sermos iguais
Para sermos iguais
No dia 21 de março é por decisão da Organização das Nações Unidas (ONU), considerado o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Essa data foi instituída em memória ao massacre ocorrido em 21 março de 1960, na localidade de Sharpeville, na África do Sul, quando a polícia sul-africana abriu fogo contra uma multidão desarmada que protestava contra o regime de Apartheid (segregação racial na África do Sul). Foram mortos 9 pessoas negras, entre elas 19 crianças e centenas de manifestantes foram feridos.
Esta data é comemorada mundialmente, sendo um momento de reflexão e de luta pela eliminação do racismo e preconceito que são vitimas grupos raciais e étnicos em diferentes localidades do mundo..
Vanda Ferreira Coordenadora do Sub-Comitê Pró-Eqüidade de Gênero, Raça e Diversidade da Petros - COED

Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial (21 de Março de 2006)
A 21 de Março de 1960, a polícia do regime de apartheid sul-africano abriu fogo sobre
uma manifestação pacífica, em Sharpeville, que protestava contra as leis de discriminação racial. Dezenas de manifestantes foram mortos e muitos mais ficaram feridos. Hoje, comemoramos o aniversário do massacre de Sharpeville, não só para relembrar as pessoas que pereceram, mas também para chamar a atenção para o enorme sofrimento causado pela discriminação racial em todo o mundo.
Este ano, o tema da comemoração, “Combater a discriminação quotidiana”, desafia-nos a tomar medidas significativas para lutar contra estas práticas discriminatórias habituais nas nossas sociedades. Todos temos consciência de que muitas das maiores atrocidades do homem tiveram uma motivação racial, mas esquecemos, com frequência, o sofrimento coletivo provocado pelo racismo quotidiano. Na verdade, os crimes mais horrendos cometidos pela humanidade tiveram, muitas vezes, origemnum sectarismo banal.
Desde os insultos nas escolas até às decisões de contratação ou despedimento no local de trabalho, desde a cobertura selectiva dos crimes pelos meios de comunicação social ou a polícia até às desigualdades na prestação de serviços públicos, o tratamento injusto de grupos étnicos ou raciais não só é comum nas nossas sociedades como é frequentemente aceite passivamente. É inegável que este tipo de racismo quotidiano subsiste. Mas é escandaloso que ninguém o conteste.
Não devemos tolerar que esta discriminação insidiosa se instale na vida quotidiana. Nem nos podemos resignar a considerá-la um atributo lamentável da natureza humana.
Nenhum de nós nasceu para odiar. A intolerância aprende-se e, portanto, é possível desaprendê-la. As garantias jurídicas são uma parte fundamental desta luta. Mas a educação deve estar em primeiro plano. A educação pode favorecer a tomada de consciência e cultivar a tolerância. Deve começar em casa – onde, afinal de contas, têm origem muitas das atitudes racistas -- continuar na escola e ser integrada no nosso discurso público. Nesta luta contra a intolerância, os cidadãos devem ser simultaneamente professores e alunos.
A ONU, através dos seus programas de sensibilização, da elaboração de legislação internacional e da sua função de vigilância dos direitos, tem um papel importante a desempenhar. Mas todos temos de nos unir nesta luta. Neste Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, reafirmemos que o êxito desta luta depende da
denúncia da intolerância “comum” por parte dos cidadãos comuns. São eles que se devem recusar a tolerar os actos discriminatórios na vida quotidiana. São eles que devem fazer compreender que a discriminação não pode ser “banalizada”. E são eles que mais têm a ganhar com uma sociedade assente nos direitos e respeito de todos.
(Fonte: comunicado de imprensa SG/SM/10377 - RD/994 OBV/545)

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