fontes para implementação da 10639/03
educação para igualdade étnico-racial
Ao longo de toda a coleção História em projetos há uma grande preocupação em tratar a história africana e afro-brasileira em uma perspectiva histórica. Parece redundante tal afirmação, mas não é.
Em muitos trabalhos a história da África sem estereótipos, assim como o reconhecimento do cativo de origem africana como sujeito da história estão ausentes. Na história em projetos isso não ocorre, porque acreditamos que educar nossas crianças e adolescentes para o respeito à diversidade significa problematizar a história da instituição mais duradoura de nosso território após a chegada da expedição Cabralina, não reduzindo a escravidão ao cenário do eito ou do quilombo.
Educar para diversidade significa recuperar a história de um território que foi se tornando negro ao longo dos séculos e que tem grande dificuldade de se enxergar assim.
Crianças Negras de Emmanuel Zamor
Telas como essas são fundamentais de ser conhecidas e apreciadas. As crianças aqui são belas como são as crianças negras.
Nesta seção procuramos resgatar uma série de documentos (artes plásticas, a poesia de Luiz Gama e a representação da mulher negra como bela e o carimbo do Príncipe Obá II com uma série de atividades que propõem aos estudantes refletir sobre novas representações dos negros pelos negros.
A seção de abertura (Ponto de Partida) deste capítulo, p. 247, reproduz o belíssimo samba "Dia de Graça" de mestre Candeia. No site dos nossos arquivos você pode ouvir e baixar esse samba: (clique aqui e busque em Volume 7ª série/8º ano, cap 18)
Hoje, véspera do 20 de novembro, reproduzo uma matéria que relata a luta de educadores para promover a educação para a igualdade racial. Que seu exemplo se espalhe pelas escolas brasileiras.
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Portal EducaRede/Revista Avisa Lá, 13 nov. 2007.
Só não enxerga quem não quer: racismo e preconceito na Educação Infantil
Cisele Ortiz / Revista Avisa Lá
Constituição Brasileira
Título I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 3o - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
Para Eliane, a escola ensina a criança negra a silenciar, o que ela chama de "aprendizagem do silêncio", na medida em que se omite nos conflitos entre as crianças. A escola, por meio das professoras das crianças pequenas que se negam a tomar providências, reforçam os estereótipos e preconceitos.
Segundo ainda a pesquisa de Eliane, os professores tendem a elogiar mais as crianças brancas e a ter mais contato físico afetuoso com elas. A postura do professor no modo como se refere às crianças, sua expressão corporal e a intervenção nas atividades podem caracterizar-se como fatores de exclusão das crianças negras. Quando o professor, sem intenção discriminatória aparente, auxilia sempre as meninas brancas a se pentearem ao invés das negras, quando prefere pegar ao colo sempre as crianças brancas, está contribuindo para minar a auto-estima dos alunos afro-descendentes.
Estas observações nos levam a constatar que é mais do que hora de encarar com seriedade e competência o problema. Precisamos mudar a mentalidade da escola, intervir para que o silêncio seja rompido, inaugurando novas práticas no cotidiano das relações escolares de modo que possamos reconhecer, valorizar e incluir a criança negra na escola, como é o seu direito.
DIFERENTES AÇÕES PARA UM MESMO PROBLEMA
Os diretores, coordenadores e professores podem ser fortes aliados no combate ao racismo e na promoção da igualdade, caso haja a incorporação da temática racial no cotidiano escolar e não apenas em momentos ou projetos e atividades pontuais, como, por exemplo, nas comemorações específicas da luta anti-racismo.
A inclusão dessa temática na formação dos professores se justifica pela possibilidade de trazer à tona preconceitos, para assim oferecer oportunidades para conhecer, valorizar e incorporar a cultura africana e o fundamental papel dos afro-descendentes na formação do povo brasileiro.
SENSIBILIZAR PARA A QUESTÃO: SÓ UM COMEÇO
Considerando o curto espaço de tempo da oficina (4 horas), optamos por usar a arte como instrumento de sensibilização. Organizamos diferentes elementos que auxiliassem na construção de um olhar que considera e valoriza a diversidade e que reconhece o racismo e o preconceito como primeiro passo para procurar eliminá-lo.
A partir dessa vertente cultural e estética propusemos uma atividade que é sucesso garantido com as crianças: vestir bonecas ou bonecos de papel com diferentes padronagens africanas. Esta foi a estratégia utilizada para refletir sobre a diversidade. Recuperamos assim uma prática antiga, lúdica, multiplicável e de custo quase zero.
O PLANEJAMENTO DA OFICINA
Levaríamos os bonecos prontos, impressos em papel para serem coloridos pelos professores, posteriormente montados em papel cartão e finalmente recortados e "vestidos".
Faríamos também uma pequena exposição de tecidos e roupas com padrões e formas africanas, principalmente o batik, característico de alguns países daquele continente; esculturas tradicionais; bonecas típicas; etc. Apostamos que essa diversidade de estímulos de formas e imagens, de cores, padrões, proporções, texturas, tantos de materiais presentes na natureza como daqueles advindos das manifestações culturais, traria bons resultados.
Os professores criaram bonitos trajes e recuperaram a idéia de brincar com as bonecas de papel, valorizando sua função na Educação Infantil como linguagem própria, expressiva e que aproxima a criança da cultura.
BIBLIOGRAFIA
- Do Silêncio do Lar ao Silêncio Escolar: Racismo, Preconceito e Discriminação na Educação Infantil, de Eliane Cavalleiro. Ed. Contexto.
- Racismo no Brasil, vários autores. Ed. Peirópolis.
- Revista Nossa História, ano 2, edição nº 19
- Tirando a Máscara: Ensaios sobre o Racismo no Brasil, org. Antonio Sérgio Alfredo Guimarães e Lynn Huntley. Ed. Paz e Terra.
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OUTROS SITES
www.portalafro.org.br
www.www.dialogoscontraoracismo.org.br
www.unidadenadiversidade.org.br
www.mundonegro.com.br
Leiam a entrevista com a pesquisadora Lucimar Rosa Dias, que trabalha com a diferença como valor positivo. (Doutoranda pela Faculdade de Educação da Universidade de S. Paulo, Ex-Bolsista Internacional da Fundação Ford, consultora do CEERT- Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade- SP e ex-coordenadora estadual de políticas de combate ao racismo do governo do Mato Grosso do Sul).Entre suas publicações está o livro Ações afirmativas em educação Experiências brasileiras. Selo Negro Edições, 2003.
O dia 20 de novembro não é feriado aí na Venezuela, mas aqui no Brasil há várias cidades que decidiram homenagear o líder do Quilombo dos Palmares. Temos de fato motivos para comemorar?
Temos sim, e muito. E entendo que o grande homenageado deva ser o movimento negro. É a força desse movimento que renova a batalha, a luta diária pela superação de todas as diferenças. É um movimento que, embora tenha caminhos variados e organizações bem diversas, continua muito vivo e atuante, desde a época colonial. É esse movimento também que tem conseguido pautar a sociedade com as questões relacionadas aos negros. Avanços importantes já aconteceram, como as cotas nas universidades, a aprovação da Lei 10.639, que dispõe sobre o ensino transversal da trajetória dos negros no país, e até o avanço a olhos vistos na produção acadêmica. Então temos sim motivos para festejar, embora a reflexão precise estar sempre presente, para aprofundarmos as conquistas.
Como a senhora iniciou e passou a conciliar as trajetórias de militante e de pesquisadora?
Eu sempre fiz parte do movimento negro. Eu pertenço a uma organização de Mato Grosso do Sul chamada TEZ, Trabalho e Estudos Zumbi. Ali era um lugar de discussão de reflexão e de muita proposição. Ali foi a base que possibilitou meus outros caminhos. Eu fiz magistério e quando entrei na faculdade de Pedagogia da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, a questão de como os negros são vistos e tratados nas escolas começou a ficar muito presente. Eu já era professora da educação infantil nessa época e uma colega minha começou a ficar muito preocupada com um aluno dela, negro, de uns seis anos, que se sentia muito mal por ser o único negro da classe. O aluno era discriminado pelos colegas e se sentia péssimo com isso. A professora, embora não atuante no movimento organizado, era muito sensível a essa questão e me procurou para ter idéias de como abordar o problema com seus alunos.
Você já trabalhava com pesquisas relacionadas à questão do espaço do negro na educação?
Não, e isso é que foi mais interessante. Na TEZ, tínhamos uma metodologia muito bacana para discutir a discriminação e o preconceito, mas era uma metodologia para adultos, nunca tínhamos enfrentado o desafio de lidar com o problema com crianças. Foi um desafio mesmo. Então, junto com outros membros da TEZ e com outra professora, que viria a ser minha orientadora, criamos uma metodologia, aplicamos e tivemos muito bons resultados ali. Meu mestrado então foi verificar o que tinha acontecido nas escolas que haviam aplicado a nossa metodologia. Na verdade, o que tinha acontecido com o conhecimento. Queríamos saber se ele tinha sido utilizado, expandido, modificado. Se a escola tinha mudado e se o professor tinha sentido alguma diferença.
Antes de revelar o que aconteceu com esse conhecimento, você poderia contar como é a metodologia criada e aplicada por vocês?
Bem, o início de tudo, o que mais queremos ensinar é a diferença como valor positivo. A idéia desse método é que ao final de sua aplicação a criança tenha começado a construir em si a noção de que a diferença é um valor positivo. E o grande desafio é como trabalhar essa noção com crianças pequenas, da educação infantil. Ou seja, como introduzir e trabalhar essa pauta. O que nós pensamos foi primeiro trabalhar com flores. Levamos rosas de cores variadas e dizemos que é uma surpresa e eles têm que adivinhar o que é. Vamos dando dicas até que os alunos descobrem que são flores. Quando expomos as rosas na roda, começamos a perguntar o que eles estão vendo e a questão da cor, da diferença da cor, salta aos olhos. Logo eles percebem que são diferentes. E, na comparação delas e seguindo a provocação que vamos fazendo, eles acabam percebendo que, embora diferentes, todas as rosas têm o mesmo valor, servem para as mesmas coisas. Aí termina a primeira etapa. A segunda etapa é com pintinhos, ou com qualquer outro animal. Pode ser coelho, gato, cachorro, mas pintinho é legal porque são baratos, fáceis de encontrar e podem morar na escola por um tempo. Também com os pintinhos o método se repete, até que eles chegam à conclusão que também no caso dos animais (exatamente como no caso das flores e das plantas), a diversidade e a diferença são coisas legais, bonitas.
E a etapa seguinte deve ser com pessoas. A gente propõe que eles descubram a terceira surpresa e eles descobrem que são eles mesmos e passam a se comparar e nesse momento o professor tem que ser muito atento. Porque uma coisa é falar de planta e bicho। Outra coisa é falar de si e dos seus pares.
Nessa etapa as coisas mais ricas se revelam.É aí que as crianças se mostram preconceituosas?
Isso mesmo. Aqui a discriminação e o preconceito racial aparecem. Aparecem em relação ao professor, caso ele seja negro, e aparecem mais forte em relação aos colegas. Aí é preciso muita delicadeza para desconstruir o discurso da criança que manifesta o preconceito sem feri-la e sem expor o colega discriminado. Porque não queremos ficar fazendo discurso, massacrando as crianças, doutrinando contra o racismo.
Mas essa criança de três a seis anos ainda não tem bagagem para discernir sobre o racismo...
Não tem. Ela repete um discurso que acaba formando suas percepções, mas ainda não tem, nem deve ter responsabilidades em relação a isso. Por isso é tão comum, quando ela tem uma professora negra e gosta dessa professora, o fato de desculpar a professora por ser negra. Deixe eu explicar melhor. A criança diz: eu não gosto de preto. E a professora responde: mas eu sou negra, você não gosta de mim? E a criança emenda: mas é que você é professora. Entende? As coisas ainda não estão sedimentadas, ainda há espaço para trabalhar e mostrar que se a criança gosta, a cor é só um detalhe, não é importante. Então o que a gente quer provocar com tudo isso é a reflexão. Vamos levando as crianças a pensar sobre aquilo que estão falando, sobre essa questão e dá resultado, viu?
No seu mestrado você foi buscar o que ficou da aplicação desse método em algumas escolas. O que encontrou?
Bem, pesquisamos três escolas em que o método havia sido aplicado. E encontramos uma que quase não apresentou mudanças. Quer dizer, passou a comemorar o 20 de novembro, incluiu a data no calendário, mas só. A que mais apresentou mudanças aplicou o método e expandiu, aprofundou, adaptou à realidade daquela escola. Mas em todas, o que a gente encontrou foi uma constatação comum, mas que faz toda a diferença: para fazer diferença, não basta a boa vontade do professor. Porque em todas havia professores bem dispostos, atentos ao tema. O ponto de virada é a infra-estrutura e o apoio. O professor precisa se sentir amparado para aplicar mudanças assim, se não a coisa não vai para frente.
Quando a senhora diz que a escola precisa apoiar, do que estamos falando exatamente?
Em primeiro lugar, a instituição precisa ser sensível a essa questão do negro, à questão da discriminação e dos direitos dos cidadãos de todas as cores। Se a escola passa ao largo disso, não vai funcionar. Outra coisa é que a escola precisa oferecer a estrutura para amparar o professor na tarefa de discutir as diferenças. Se a escola só tem revistas com fotos de pessoas brancas, não dá para fazer uma colagem representando a diversidade. Tem um recurso comum, que é contar histórias de princesas japonesas, africanas, muçulmanas. É importante que a criança realize essas imagens de alguma maneira, e a escola precisa ajudar com isso. Estou falando das coisas simples e até das mais complexas. Mas principalmente a escola precisa ter uma política de superação das diferenças. Essa que eu pesquisei e que mais avançou na metodologia era uma escola com uma proposta pedagógica bem consolidada e construída coletivamente. E isso ajuda bem.
E quando a senhora fala em bons resultados, como é que se mede isso? Em relação às crianças?
Bem, criança é um bichinho fantástico, porque dá os retornos muito rapidamente। A primeira coisa que surpreende no trato com os meninos é que embora eles tragam um discurso carregado de preconceito, eles são muito abertos à reflexão. Se a gente oferece os conteúdos, eles vão colhendo e construindo seu próprio raciocínio, se esse conteúdo for cidadão, comprometido com a superação do racismo, da discriminação, do preconceito, o resultado é que essas crianças atentarão para isso, serão crianças preparadas para lidar emocional e intelectualmente com o problema. Na minha experiência, o que me chama a atenção é a naturalidade. Quando uma criança fala naturalmente que alguém é negro – mesmo que fale preto – isso é um indicativo importante. A característica de ser negro não pesa nada para aquela criança e isso é ótimo.
Voltando à sua resposta sobre a escola apoiar... No final, a senhora destaca o papel da escola e da família. Essas crianças são tão pequenas... De onde vem esse preconceito? Porque muitas vezes a família é atenta às questões raciais, mas a criança manifesta um comportamento de certa forma oposto.
É isso é mais comum que se imagina। Claro que a família é o berço, é a influência primeira, mas não é a única. Somos uma sociedade cheia de influências, desde os cuidadores das crianças, como as avós, as babás, as creches, até chegar à escola e à mídia. Eu li uma pesquisa linda da Unicamp em que a autora falava sobre a diferença de tratamento de berçaristas para um mesmo comportamento de um menino negro e de um branco. Quando um bebê negro empurra o berço até o meio do dormitório, a berçarista comenta: esse menino é um furacão! Se é uma criança branca, a mesma berçarista diz: vocês viram como o fulano é esperto? Olha até onde ele trouxe o berço! Repare que os bebês não têm discernimento sobre a diferença no tratamento, mas ambos introjetarão que o branco leva alguma vantagem. Sem falar na mídia, que estimula uma discriminação velada, que finge ser inexistente. E devagarzinho, com essas atitudes aparentemente inocentes, mas que na verdade são carregadas de negativismo, vamos construindo cidadãos preconceituosos, que estabelecem diferenças entre negros e brancos. E contra isso, uma das ferramentas de ação são essas metodologias como a que construímos com os pré-escolares, porque uma ação dessa mexe com todo mundo. Com a criança, com seus pais, com sua família, com a escola, com o círculo de amigos, até chegar à sociedade. Pelo menos é nisso que a gente acredita.
E há metodologias para alunos e também para professores. Esse foi o assunto de sua tese de doutorado, não é?
Foi. No mestrado, nossa atenção era para a escola. No doutorado o foco é o professor especificamente.
Você pesquisou os professores que aplicaram a metodologia da diferença como valor positivo?
Não, dessa vez o alvo foram professores que passaram por cursos de formação para a superação das diferenças. Em várias cidades do Brasil, os governos nos vários níveis oferecem esses cursos de formação que pretendem preparar o professor para lidar com as questões de preconceito, discriminação. No meu doutorado analisei dois cursos, um de Mato Grosso do Sul e outro oferecido pela prefeitura de Campinas. A idéia era falar a partir do ponto de vista do professor. O curso ajuda? Atrapalha? Faz sentido? O que eles aprendem lá? O que dá para aplicar? Como a escola reage? Mas sempre sob a ótica do professor que passou pela formação.
A que conclusões vocês chegam e como o professor sai de uma experiência como essa?
De novo temos respostas variadas. Tem desde os professores que acham interessante e fim até aqueles que mudam radicalmente sua ótica, seus métodos e seus cuidados. E de novo, o que pesa aqui é a infra-estrutura. Se a escola, ou pelo menos o sistema educacional, dá apoio, o professor deslancha; caso contrário, ele se sente sozinho, inseguro, incapaz de implementar tudo aquilo que aprendeu no curso. E, normalmente, os professores saem muito motivados, cheios de idéias. Se a escola banca, eles conseguem levar seus projetos adiante. Mas se a escola ignora aquela possibilidade é uma frustração enorme para o educador. Em Campinas o caso é emblemático porque superar as diferenças raciais é uma política de estado. Então a escola fica fortemente sugerida a cumprir aquela determinação. O que é ótimo para o professor, que recebe um respaldo motivador. E a gente acha que é por aí mesmo. Mexer nas escolas, mexer nos professores para trabalhar o estudante para, no fim das contas, alcançar um mundo mais igualitário.
Veja também: Aprendizado étnico-racial ajuda as crianças a compreenderem as diferenças
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