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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Conheça a história da participação feminina no processo eleitoral brasileiro

Todos os direitos autorais deste vídeo são reservados ao TSE. Cópias e edição são proibidas.




Descrição do vídeo em destaque:

Da década de 30 para cá, quando a mulher exerceu pela primeira vez o voto diante das urnas, a participação feminina na vida política do país vem ganhando espaço paulatinamente. Celina Guimarães Viana, a primeira eleitora, deu o passo inicial para alavancar de vez a democracia brasileira: atualmente há cinco milhões a mais de eleitoras, se comparado ao número do eleitorado masculino. Passados 80 anos, desde a participação feminina nas urnas, o Brasil elege a primeira mulher a ocupar o cargo de Presidente da República. Acompanhe na reportagem de Sônia Campos a evolução das mulheres no processo eleitoral brasileiro.
Informações sobre o vídeo:

Categoria : Reportagens ( 553 vídeos )
Data: 16 de dezembro de 2010
Duração: 03:02 min
Tamanho: 8.6 MB
Produzido por: TSE

Conheça a história da participação feminina no processo eleitoral brasileiro

Todos os direitos autorais deste vídeo são reservados ao TSE. Cópias e edição são proibidas.

Descrição do vídeo em destaque:

Da década de 30 para cá, quando a mulher exerceu pela primeira vez o voto diante das urnas, a participação feminina na vida política do país vem ganhando espaço paulatinamente. Celina Guimarães Viana, a primeira eleitora, deu o passo inicial para alavancar de vez a democracia brasileira: atualmente há cinco milhões a mais de eleitoras, se comparado ao número do eleitorado masculino. Passados 80 anos, desde a participação feminina nas urnas, o Brasil elege a primeira mulher a ocupar o cargo de Presidente da República. Acompanhe na reportagem de Sônia Campos a evolução das mulheres no processo eleitoral brasileiro.

Informações sobre o vídeo:

Categoria : Reportagens ( 553 vídeos )
Data: 16 de dezembro de 2010
Duração: 03:02 min
Tamanho: 8.6 MB
Produzido por: TSE

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Brasil Condenado pela Corte da OEA pelo desaparecimento de 62 militantes do PCdoB

Maria Inês Nassif: Corte da OEA fez o que o STF deixou de fazer
16/12/2010
por Maria Inês Nassif no Valor Econômico, via Viomundo

Fatalmente isso iria acontecer: a Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil pelo desaparecimento de 62 militantes do PCdoB, durante a repressão à Guerrilha do Araguaia, entre 1972 e 1974. A decisão da Corte faz o que o Supremo Tribunal Federal (STF) não fez, em abril, quando teve oportunidade: reconheceu que os crimes dos agentes de Estado não são políticos, mas contra a humanidade.

A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que questionava a anistia a representantes do Estado acusados de torturar e matar opositores políticos durante o regime militar (1964-1985), foi derrubada, no final de abril, por sete votos a dois.

Prevaleceu a opinião do relator da matéria, ministro Eros Grau, de que não cabia ao Judiciário rever um “acordo político” que teria resultado no perdão para “crimes políticos” e “conexos”. Os fatos históricos não convalidam a tese de “acordo político”, e sequer a de “crime político”.

Da mesma forma, é possível contestar os argumentos do presidente do Supremo, Cezar Peluso, que falou em “generosidade”, no “princípio da igualdade” e da “legitimidade” das partes que fizeram o suposto acordo. O princípio da igualdade é altamente duvidoso: a própria OAB apresentou ao STF o caso de 495 integrantes da FAB que não foram beneficiados pela anistia. Da “legitimidade” mais ainda, pois quem impôs a lei foi o último governo militar, que tinha o poder das armas e uma bancada governista manietada. Aliás, aprovou a lei com os votos de uma maioria obtida artificialmente nas urnas, graças a mudanças na legislação eleitoral e partidária impostas seguidamente pelo regime, à medida em que a oposição ameaçava sua hegemonia no Legislativo.

Com sua decisão, o STF legitimou a anistia à tortura, considerada crime hediondo pela Constituição de 1988 – portanto imprescritível e inafiançável – , mesmo sabendo que os familiares dos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia demandavam a condenação do país por esses crimes na Corte Interamericana de Direitos Humanos. Anteriormente, a Corte havia anulado as auto-anistias dos regimes autoritários do Peru, da Argentina e do Chile. Era inevitável que fizesse o mesmo com o Brasil, na primeira ação relativa à ditadura militar no país julgada no âmbito da OEA. O risco de que uma decisão dessas do STF resultasse num constrangimento diplomático era evidente. O Brasil, afinal, é signatário da Convenção Americana de Direitos Humanos.


Judiciário faz parte do Estado que deve cumprir Convenção

O presidente do Supremo, ministro Cezar Peluso, disse ontem que a decisão da Corte não obriga o Supremo a rever o seu julgamento. Se não havia a intenção do Estado de cumprir um acordo internacional — e o Judiciário faz parte do Estado –, não existiriam razões para que assinasse a Convenção. Peluso jogou a responsabilidade para outras instâncias: nada impede ao Executivo indenizar ex-presos políticos e familiares de mortos e desaparecidos, como tem feito; também é possível resgatar o passado. De resto, a decisão da Corte é só “sinalização”. Não interfere na decisão do STF.

O resgate histórico desse período negro, que é a bandeira de instituições comprometidas com os direitos humanos e familiares de mortos e desaparecidos do regime militar, não é uma questão pessoal. Essa reivindicação tem sido tratada como uma vingança dos opositores da ditadura, contrária à “generosidade” expressa por uma lei de anistia ampla. Não foi por falta de generosidade que países vizinhos abandonaram leis que anistiavam agentes de Estado que torturaram e mataram. Foi pela convicção – expressa pela Corte Interamericana — de que a democracia no continente apenas se consolidará se houver um acerto com o passado. É preciso, no mínimo, consolidar a cultura de que o passado não é um exemplo a ser seguido.

O aparelho policial e militar foi altamente prejudicado pela presença de agentes que se acostumaram a viver à sombra e acima da lei. Quando se fala em abuso policial e do poder das milícias nas favelas do Rio, por exemplo, ninguém se lembra que a origem dessa autonomia policial diante das leis e perante o resto da sociedade remonta ao período em que o aparelho de repressão tinha licença para sequestrar, matar e torturar sem se obrigar sequer a um registro policial. E que a manutenção da tortura como instrumento de investigação policial existe, atinge barbaramente os setores mais vulneráveis da população e continua não sendo punido. A anistia a agentes do Estado tem se estendido, sem parcimônia, até os dias de hoje.

Maria Inês Nassif é repórter especial de Política. Escreve às quintas-feiras

Brasil Condenado pela Corte da OEA pelo desaparecimento de presos políticos

Maria Inês Nassif: Corte da OEA fez o que o STF deixou de fazer
16/12/2010
por Maria Inês Nassif no Valor Econômico, via Viomundo

Fatalmente isso iria acontecer: a Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil pelo desaparecimento de 62 militantes do PCdoB, durante a repressão à Guerrilha do Araguaia, entre 1972 e 1974. A decisão da Corte faz o que o Supremo Tribunal Federal (STF) não fez, em abril, quando teve oportunidade: reconheceu que os crimes dos agentes de Estado não são políticos, mas contra a humanidade.

A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que questionava a anistia a representantes do Estado acusados de torturar e matar opositores políticos durante o regime militar (1964-1985), foi derrubada, no final de abril, por sete votos a dois.

Prevaleceu a opinião do relator da matéria, ministro Eros Grau, de que não cabia ao Judiciário rever um “acordo político” que teria resultado no perdão para “crimes políticos” e “conexos”. Os fatos históricos não convalidam a tese de “acordo político”, e sequer a de “crime político”.

Da mesma forma, é possível contestar os argumentos do presidente do Supremo, Cezar Peluso, que falou em “generosidade”, no “princípio da igualdade” e da “legitimidade” das partes que fizeram o suposto acordo. O princípio da igualdade é altamente duvidoso: a própria OAB apresentou ao STF o caso de 495 integrantes da FAB que não foram beneficiados pela anistia. Da “legitimidade” mais ainda, pois quem impôs a lei foi o último governo militar, que tinha o poder das armas e uma bancada governista manietada. Aliás, aprovou a lei com os votos de uma maioria obtida artificialmente nas urnas, graças a mudanças na legislação eleitoral e partidária impostas seguidamente pelo regime, à medida em que a oposição ameaçava sua hegemonia no Legislativo.

Com sua decisão, o STF legitimou a anistia à tortura, considerada crime hediondo pela Constituição de 1988 – portanto imprescritível e inafiançável – , mesmo sabendo que os familiares dos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia demandavam a condenação do país por esses crimes na Corte Interamericana de Direitos Humanos. Anteriormente, a Corte havia anulado as auto-anistias dos regimes autoritários do Peru, da Argentina e do Chile. Era inevitável que fizesse o mesmo com o Brasil, na primeira ação relativa à ditadura militar no país julgada no âmbito da OEA. O risco de que uma decisão dessas do STF resultasse num constrangimento diplomático era evidente. O Brasil, afinal, é signatário da Convenção Americana de Direitos Humanos.


Judiciário faz parte do Estado que deve cumprir Convenção

O presidente do Supremo, ministro Cezar Peluso, disse ontem que a decisão da Corte não obriga o Supremo a rever o seu julgamento. Se não havia a intenção do Estado de cumprir um acordo internacional — e o Judiciário faz parte do Estado –, não existiriam razões para que assinasse a Convenção. Peluso jogou a responsabilidade para outras instâncias: nada impede ao Executivo indenizar ex-presos políticos e familiares de mortos e desaparecidos, como tem feito; também é possível resgatar o passado. De resto, a decisão da Corte é só “sinalização”. Não interfere na decisão do STF.

O resgate histórico desse período negro, que é a bandeira de instituições comprometidas com os direitos humanos e familiares de mortos e desaparecidos do regime militar, não é uma questão pessoal. Essa reivindicação tem sido tratada como uma vingança dos opositores da ditadura, contrária à “generosidade” expressa por uma lei de anistia ampla. Não foi por falta de generosidade que países vizinhos abandonaram leis que anistiavam agentes de Estado que torturaram e mataram. Foi pela convicção – expressa pela Corte Interamericana — de que a democracia no continente apenas se consolidará se houver um acerto com o passado. É preciso, no mínimo, consolidar a cultura de que o passado não é um exemplo a ser seguido.

O aparelho policial e militar foi altamente prejudicado pela presença de agentes que se acostumaram a viver à sombra e acima da lei. Quando se fala em abuso policial e do poder das milícias nas favelas do Rio, por exemplo, ninguém se lembra que a origem dessa autonomia policial diante das leis e perante o resto da sociedade remonta ao período em que o aparelho de repressão tinha licença para sequestrar, matar e torturar sem se obrigar sequer a um registro policial. E que a manutenção da tortura como instrumento de investigação policial existe, atinge barbaramente os setores mais vulneráveis da população e continua não sendo punido. A anistia a agentes do Estado tem se estendido, sem parcimônia, até os dias de hoje.

Maria Inês Nassif é repórter especial de Política. Escreve às quintas-feiras

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Iraque o país com mais desaparecidos no mundo

Siempre la madre o el padre de alguien, siempre el hijo de alguien: las personas desaparecidas de Iraq

Por: Dirk Adriaensens
Tribunal BRussells
Traducido por Paloma Valverde

Desapariciones forzosas y personas en paradero desconocido

Una desaparición forzosa (o bajo el auspicio de la ley) está definida en el artículo 2 de la Convención sobre la protección de personas frente a las desapariciones auspiciadas por ley, adoptada por la Asamblea General de Naciones Unidas el 20 de diciembre de 2006, al igual que el arresto, la detención, el secuestro o cualquier otra forma de privación de libertad llevada a cabo por miembros del Estado o por personas o grupos que actúan bajo la autorización, el apoyo o el consentimiento del Estado tras lo cual se produce la negativa a reconocer esta privación de libertad o a ocultar el destino o el paradero de la persona desaparecida, lo que la sitúa fuera de la protección de la ley. A menudo, las desapariciones forzosas suponen el asesinato; en tales casos, la víctima primero es secuestrada, después detenida ilegalmente y, con frecuencia, torturada; después es asesinada y el cuerpo se oculta. Típicamente, suele ser un asesinato secreto; se intentará que el cuerpo no se descubra de forma que parezca que la persona se ha desvanecido. Quien ha cometido el asesinado tiene presunción de inocencia, puesto que al no existir cuerpo no se puede demostrar que la víctima en realidad haya fallecido [1].El artículo 1 de la Convención señala además que “[…] no existe ningún tipo de circunstancias especiales, ya se trate de un estado de guerra o de amenaza de guerra, inestabilidad política interna o cualquier otro tipo de situación pública extraordinaria, que pueda invocarse como justificación para la desaparición forzosa” [2]. Ni Iraq ni Estados Unidos han ratificado esta convención [3]. Estados Unidos se ha negado a firmarla al aducir: “no cumple nuestras expectativas”, sin dar ninguna explicación [4]. Nuevamente, Estados Unidos se ha colocado por voluntad propia fuera de la legalidad internacional humanitaria.

Según el Estatuto de Roma de la Corte Penal Internacional, que entró en vigor el 1 de julio de 2001, cuando la desaparición forzosa se lleva a cabo como parte de un ataque generalizado o sistemático dirigido contra cualquier población civil, se califica de crimen contra la humanidad y, por lo tanto, no está sujeta a las limitaciones del Estatuto [5].

El 3 de agosto de 2010, a instancias del Consejo de Derechos Humanos, el Comité asesor del Consejo de Derechos Humanos se hizo cargo de los casos de personas desaparecidas. En su informe final, el grupo dio la definición de personas desaparecidas como: “Aquellas cuyas familias no tienen noticias de ellas y aquellas de las que se informa como desaparecidas, basándose en informaciones fiables; personas que han desaparecido como resultado de un conflicto armado, sea internacional o no. Los Estados, según la Ley Internacional Humanitaria como la Ley de Derechos Humanos, están obligados a tomar medidas para evitar que las personas desaparezcan [6].

Ocupación, leyes de amnistía y reparaciones de guerra Durante las consiguientes discusiones sobre el asunto, los expertos pusieron de relieve cuestiones de importancia. Miguel D’Escoto Brockmann, relator del Comité Asesor y Curtis Doebbler, letrado especialista internacional en Derechos Humanos, afirmaron que lamentaban la decisión de limitar la definición de personas desaparecidas a los conflictos armados y llamaron la atención sobre las graves omisiones en el texto, incluso dentro de los límites de un conflicto armado. El hecho es que hoy, en un momento de ocupación de Iraq y Afganistán, se producen muchas desapariciones, y cada día más en Honduras.

La amnistía fue también un asunto resbaladizo y se arguyó que las leyes de amnistía tienen que prohibirse para quienes hayan violado los Derechos Humanos. Es más, existe el legítimo derecho de reparación y también las familias tienen derecho a cualquier información sobre sus familiares desaparecidos, afirmó D’Escoto.

Sea cual sea la definición que se decida para las “personas desaparecidas” o para las “desapariciones forzosas”, el problema en Iraq se puede considerar, desde cualquier punto de vista, como dramático e incluso apocalíptico. Desde que en 2007 Estados Unidos afirmó que aún estaban implicados en un “conflicto armado internacional” [7] las personas desaparecidas y los desparecidos forzosos después de la invasión de 2003 son, sin paliativos, responsabilidad de aquellos que iniciaron la guerra y de hecho siguen ocupando el país: Estados Unidos, Reino Unido y sus aliados y, por extensión, su impuesto gobierno marioneta. Todos ellos tienen la absoluta responsabilidad de los desaparecidos, de los asesinatos extrajudiciales y de la impunidad que ellos mismos han creado. Sus milicias y escuadrones de la muerte han torturado, asesinado brutalmente, enterrado en secreto y lanzado miles de cuerpos a las calles y a los ríos, muchos de ellos sin posibilidad de ser identificados.

Más de un millón de desaparecidos en Iraq

Las estimaciones más burdas calculan que en Iraq han desaparecido un millón de personas. Según los datos de Naciones Unidas, Iraq es el país con mayor número de desaparecidos en el mundo. Las desapariciones en Iraq se han producido en distintos períodos de su historia, empezando por la guerra Irán-Iraq en 1980 y hoy se siguen produciendo de forma cotidiana. En este momento, los implicados más relevantes en las desapariciones son el ejército iraquí, la policía, milicias varias, Al-Qaera y el ejército estadounidense [8]. Paul-Henri Arni, director de la delegación regional de la Cruz Roja en Belgrado, afirmó que Iraq tras tres conflictos —una guerra con Irán en la década de 1980, la primera guerra del Golfo en 1991 y la invasión estadounidense de 2003— probablemente tenía el mayor número de desaparecidos en el mundo [9].

Las famosas prisiones secretas de Iraq

La política de ambigüedad mantenida por las fuerzas de ocupación estadounidenses y el creciente fenómeno de las prisiones secretas estadounidenses en Iraq, que incluso las organizaciones internacionales no han sido capaces de localizar, añadido al gran número de prisiones secretas en Iraq —que un diputado del actual parlamento iraquí estimó que superaba el numero de 420— ha llevado a un enorme número de casos, de los que se ha informado o no, de desapariciones forzosas, tal y como han indicado al Alto Comisionado de Derechos Humanos de Naciones Unidas una serie de ONG durante el Control Anual sobre la situación de los Derechos Humanos de Naciones Unidas, en noviembre de 2010[10].

Cientos de miles de iraquíes han sido objeto de abusos y torturas en las cárceles y en los centros de detención [11]

. Decenas de miles de iraquíes han desaparecido durante los peores días de la guerra sucia, entre 2005 y 2007. Algunos fueron vistos mientras milicias uniformadas los secuestraban y apilaban en camiones; otros sencillamente parecieron haberse desvanecido. Wijdan Mikhail, ministro iraquí de Derechos Humanos, afirmó que sólo en 2005 y 2006 su Ministerio recibió más de 9.000 quejas de iraquíes que afirmaban que un familiar había desaparecido. Los grupos de Derechos Humanos sitúan el número total en una cifra mucho más alta. El destino de muchos de los iraquíes desaparecidos sigue siendo desconocido. Muchos están languideciendo en una de las famosas cárceles secretas iraquíes [12]. En septiembre de 2010, Amnistía Internacional publicó un informe titulado “New Order, Same Abuses” [“Un orden nuevo, los mismos abusos”] en el que menciona que “varios detenidos habían muerto estando bajo custodia iraquí debido a la tortura o a los abusos perpetrados por los interrogadores iraquíes y por los guardias de la prisión”. El informe dice también que “decenas de miles de iraquíes están encarcelados sin cargos y que los guardias no quieren confirmar el paradero de las personas desaparecidas a sus familiares, lo que para las familias que han perdido a uno de sus miembros ha supuesto uno de los aspectos más devastadores de la ocupación de Estados Unidos” [13].

Decenas de miles de iraquíes buscan a sus desaparecidos.

Desde la guerra de Iraq en 2003, decenas de miles de personas han buscado a sus familiares desaparecidos. Entre junio de 2006 y junio de 2007 el Instituto Anatómico Forense de Bagdad recibió alrededor de 20.000 cadáveres, menos de la mitad de los cuales se habían identificado, según datos de Cruz Roja. Los cuerpos no reclamados fueron enterrados en los diversos cementerios alrededor de la ciudad [14].

Además, el Instituto Anatómico Forense de Bagdad informó que desde 2003 había estado recibiendo un promedio de 800 cadáveres al mes y que se veía incapaz de identificar a una significativa proporción de ellos [15].

El 29 de agosto de 2007, el Comité Internacional de la Cruz Roja manifestó que “No saber el paradero de un miembro de la familia desaparecido como resultado de la guerra y la violencia durante la ocupación es una dura realidad para miles de iraquíes. Madres, padres, mujeres, maridos, hijas, hijos y toda la familia están desesperados por saber el paradero o el final de sus seres queridos. Las personas desaparecidas podrían haber sido capturadas, secuestradas o quizás asesinadas y enterradas en fosas comunes o pueden estar en un hospital en una situación crítica o permanecer en un lugar de detención secreto. En el fragor de los conflictos, los miembros de la familia pueden verse separados mientras huyen de las zonas de combate buscando un lugar seguro. A veces nunca vuelven a reunirse. Es responsabilidad de las autoridades asegurar el esclarecimiento del destino de estas personas desaparecidas [16].

Cadáveres sin reclamar por temor a las represalias

El informe bimensual de la Comisión de Derechos Humanos de Naciones Unidas del 16 de enero de 2007 decía: “La situación es especialmente grave en Bagdad donde los cuerpos no identificados de las personas asesinados mediante ejecución se hallan a diario en gran número. Con frecuencia, las familias de las víctimas son remisas a reclamar los cadáveres en los seis Institutos anatómico forenses del país por temor a las represalias. Las familias de los asesinados necesitan obtener un permiso de la comisaría que deben presentar en el Instituto, pero muchos de ellos están demasiado atemorizados y creen que los policías podrían ser responsables de las desapariciones y los asesinatos […] El Instituto Anatómico Forense de Bagdad informó del transporte semanal a los cementerios de Najaf y Kerbala de unos 200 cadáveres no identificados, cuyos familiares no los reclamaron por temor a las represalias. Además, hay informes de cuerpos que han sido enterrados en fosas comunes y no han sido registrados en las morgues” [17] y [18].

“La inexorable violencia sectaria en Bagdad persigue a las víctimas incluso en las morgues”, era el titular del New York Times del 30 de julio de 2006. Las morgues se han convertido en una fuente de peligros, al menos para los árabes suníes. Las milicias chiíes han estado acampadas especialmente ante la morgue central de Bagdad y las autoridades han recibido docenas de informaciones sobre secuestros y asesinatos de árabes sunníes producidos allí [19]. Ni siquiera ir a visitar a un familiar al hospital es seguro [20].

2003-2010: ¿Medio millón de iraquíes desaparecidos?

Las fuerzas ocupantes y las autoridades iraquíes tratan el problema de los desaparecidos y de las personas en paradero desconocido en Iraq con secretismo. Las cifras dadas por Estados Unidos y el gobierno iraquí son a la baja y no tienen la menor fiabilidad.

Según el gobierno iraquí, miles de iraquíes están registrados como personas desaparecidas desde el inicio de la ocupación hace siete años, a pesar de que reconocen que esas cifras sean sólo una pequeña fracción del número real. Se cree que la mayoría de los que han desaparecido están muertos, pero incluso aquellos cuyos cuerpos han sido encontrados no siempre se han identificado enseguida; el 25 de mayo de 2009, el Dr. Munjid Salah al-Deen, el director de la morgue central de Bagdad, declaró al New York Times que su equipo trabajaba para identificar 28.000 cuerpos recibidos sólo de 2006 a 2008 [21].

El informe de 20 de marzo de 2008 de la Media Luna Roja iraquí afirmaba que nada más iniciarse la guerra contra Iraq se habían registrado 70.000 casos de personas desaparecidas en el país [22]. Ni siquiera la Cruz Roja Internacional es inmune a la anarquía que asola Iraq: el 17 de diciembre de 2006, 30 de sus trabajadores fueron secuestrados de sus oficinas de Bagdad, 13 de los cuales siguen aún en paradero desconocido [23].

Según el informe de junio de 2008 de la Cruz Roja Internacional, más del 82 por ciento de las personas desplazadas son mujeres y niños menores de 12 años. Los estudios del Alto Comisionado para los Refugiados de Naciones Unidas (ACNUR) realizados en 2009 afirman que el 20 por ciento de los desplazados y el 5 por ciento de los refugiados retornados denunciaron casos de niños desaparecidos [25]. Este hecho puede atribuirse a la violencia general, lo que incluye secuestros y posibles reclutamientos forzosos, entre otras cosas.

En noviembre de 2009, la población total desplazada se calculó en 2,7 millones o 467.517 familias [27]. Si el 20 por ciento de esas familias informan de niños desaparecidos, un simple cálculo indica que han desaparecido más de 93.500 niños miembros de las familias desplazadas en el interior. Es más, muchas comunidades informan de miembros de las familias desaparecidos (el 30 por ciento de familias desplazadas en el interior, el 30 por ciento de familias desplazadas retornadas y el 27 por ciento de refugiados retornados) lo que indica que desaparecieron por raptos, secuestros y detenciones y que no saben lo que les ocurrió a sus familiares [28]. No obstante, un cálculo aproximado podría dar la cifra de 260.000 personas desaparecidas, la mayoría desapariciones forzosas, entre la población refugiada y los desplazados internos tras la operación Conmoción y pavor. El informe de ACNUR de 2009 menciona que la mayoría de los refugiados retornados habría huido por la violencia generalizada (el 51 por ciento), por amenazas o ataques (el 39 por ciento) y por las operaciones militares (el 3 por ciento). Uno de cada cinco iraquíes es refugiado o desplazado interno [29]. Si se extrapolan las cifras de ACNUR al 80 por ciento restante de la población, el número total de personas desaparecidas desde la operación Conmoción y pavor podría ser más de medio millón.

El Dr. Muthana Hariz Al-Dari, presidente de la Asociación de Ulemas Musulmanes en Iraq, mencionó hace unos meses en una entrevista realizada a Al-Jazeera que desde 2003 alrededor de 800.000 iraquíes están desaparecidos. Afirmó que la Asociación de Ulemas ha documentado meticulosamente las personas desaparecidas desde 2003 y que podría justificar esta cifra con nombres y hechos.

La guerra sucia para subyugar al pueblo iraquí La orgía de asesinatos en Iraq es parte de la estrategia de la guerra sucia de Estados Unidos, descrita por Seymour Hersh el 15 de diciembre de 2003 en el New York Times: “Un asesor estadounidense afirmó que ‘la única forma que tenemos de ganar es utilizar métodos no convencionales. Vamos a tener que jugar su juego. La guerrilla contra la guerrilla. El terrorismo contra el terrorismo. Tenemos que aterrorizar a los iraquíes hasta la sumisión […] la operación propuesta —denominada por uno de los asesores del Pentágono ‘caza preventiva humana’—tiene el potencial de convertirla en otro programa Fénix (de Vietnam) […] Necesitamos de todo punto una respuesta no convencional pero va a ser un caos’.” [30]. Caos… desde luego. Y la prensa occidental no va a informar de ello.

Craig Murray, ex embajador británico en Uzbekistán, escribió en octubre de 2006: “[…] La prueba de que Estados Unidos contribuyó directamente a la creación de la actual guerra civil en Iraq mediante su estrategia de seguridad secretista es indiscutible. Históricamente, desde luego, esto no tiene nada de novedoso. Divide y vencerás es una estrategia de los poderes coloniales que ha sobrevivido a la prueba del tiempo. En realidad, ya se utilizó en la ocupación británica de Iraq hace ahora unos 85 años” [31].

“Cuando las organizaciones de la Shía apoyadas y financiadas por Estados Unidos asesinan a un sunní no es la Shía la que mata a un sunní; no es la violencia sectaria: es Estados Unidos quien asesina a un sunní. Cuando una milicia Sunní, apoyada y entrenada por Estados Unidos, asesina a un chií, no es un sunní el que mata a un chií, no es la violencia sectaria, es Estados Unidos quien asesina a un chií. Cuando una milicia de seguridad kurda, armada por Israel y apoyada por Estados Unidos, asesina a un árabe, no es un kurdo el que mata a un árabe, no son asesinatos basados en el odio racial, es Estados Unidos e Israel quienes matan árabes. Cuando grupos musulmanes armados por Israel, apoyados y financiados por Estados Unidos, asesinan a un cristiano o grupos de cristianos asesinan a musulmanes no son los musulmanes quienes matan a los cristianos o viceversa, no es la violencia sectaría, es Estados Unidos e Israel quienes asesinan a musulmanes y cristianos […] y cuando el gobierno marioneta shií, apoyado y financiado por Estados Unidos, tortura y asesina a sunníes disidentes, no es la violencia sectaria, es Estados Unidos que apoya el terrorismo de Estado”, escribió Jonathan Azaziah [32]. Esta afirmación es cierta. Estados Unidos y Reino Unido organizaron la caza preventiva humana e Israel y las fuerzas aliadas iraquíes la utilizaron para violar, recluir, torturar y asesinar a millones de iraquíes. Millones de iraquíes fueron expulsados de sus casas, se convirtieron en desplazados internos y salieron al exilio. Estados Unidos, Reino Unido e Israel no son los únicos que llevan a cabo esta política de limpieza étnica. Hay también pruebas de la implicación iraní y su cooperación con las fuerzas ocupantes en actividades de los escuadrones de la muerte en Iraq.

Los datos de la morgue: prohibidos

Iraq afirma que no tiene una base de datos centralizada para intentar relacionar los cadáveres enterrados en fosas comunes en los últimos años con la lista de nombres de personas desaparecidas. Tampoco hay registros de las víctimas de la violencia sectaria que han sido enterrados en lugares sin identificar. ¿De verdad Iraq no posee una base de datos centralizada para los cadáveres no identificados o se trata del gobierno iraquí corrupto que no desea aportar los datos reales porque están implicados hasta el cuello en los llamados asesinatos sectarios?

El 7 de septiembre de 2006, The Washington Post informó de que desde el inicio de la guerra contra Iraq, el asunto de las bajas de civiles había sido un tema caliente en el ámbito político. Muy poco después de la invasión, Estados Unidos y los dirigentes iraquíes prohibieron a los responsables médicos de Bagdad dar las cifras de la morgue [33].

A IPS se le negó el acceso a la morgue central de Bagdad, y se le dijo a la agencia “que los periodistas tenían prohibido dar información sobre las condiciones en el interior”, escribieron Brian Conley e Isam Rashid el 7 de junio de 2006. “Faik Bakr, el último director de la morgue, recibió amenazas de muerte porque declaró que en los meses anteriores hubo más de 7.000 iraquíes asesinados a manos de los escuadrones de la muerte”, afirmó un empleado a IPS. “La mayoría de los muertos llegan con las manos atadas a la espalda” [34].

El 6 de octubre de 2006, Global Security afirmó que “las estadísticas parciales dadas a conocer por el Ministerio del Interior indican que desde agosto a septiembre se ha producido hasta un 42 por ciento de incremento en la tasa de mortalidad de los civiles. Según el ministro, en septiembre murieron 1.089 civiles frente a los 769 que murieron en agosto y los 1.065 en julio. El número aparentemente no incluye los cuerpos sin identificar que pasaron por la morgue de Bagdad en un mes determinado. La morgue ha recibido órdenes de no dar más datos [35]. en ese período Las cifras de la morgue de Bagdad, tal y como informaron los noticiarios como ABC News, fueron mayores que el número oficial de muertos: en junio, 1.595 cuerpos; en julio 1.855 y en agosto 1.535.

El gobierno iraquí dio instrucciones a todos los responsables de seguridad y de sanidad para que no se filtrara a los medios de comunicación el número de muertos. A diario y por todo Bagdad se encontraban docenas de cadáveres, “[…] no estamos autorizados a dar las cifras pero le puedo asegurar que aún seguimos recibiendo cadáveres a diario; los hombres no llevan identificación encima”, afirmó, el 19 de febrero de 2008, un médico de la morgue a IPS [37]. En el momento álgido de los asesinatos entre 50 y 180 cadáveres diarios eran arrojados en las calles de Bagdad y muchos llevaban signos de tortura, como perforaciones o quemaduras de cigarrillos [38].

La presión política para rebajar las cifras El 10 de agosto de 1006, Reuters mencionó que los ministros iraquíes de Sanidad, Interior y Defensa daban, de manera sistemática, cifras más bajas que las que emitía la morgue [39].

El 19 de marzo de 2008, The Guardian informó de que “[…] no hay ausencia de datos, sino que estos varían enormemente. Inicialmente, el ministro de Sanidad intentó mantener una estadística basada en los datos de la morgue pero después dejó de dar cifras por las presiones del gobierno impuesto por Estados Unidos en la Zona Verde. El director de la morgue de Bagdad, ya bajo estrés debido al incremento del horror al que se enfrentaba en su trabajo diario, fue amenazado de muerte porque las estadísticas que publicaba los dejaban en mal lugar. Las familias de los difuntos querían que dijese la verdad pero como otros profesionales se dio cuenta de que tenía que huir de Iraq. El Dr. Salih Mahdi Motlab al-Hasanawi, el ministro de Sanidad nombrado tras la prohibición de dar cifras oficiales de la morgue, dijo que las estadísticas estaban motivadas por la controversia de las cifras de bajas de civiles [40].

Un portavoz del Ministerio de Sanidad afirmó que el ministro había requerido a los responsables sanitarios en Bagdad para que no recibieran ningún cuerpo sin identificar y que éstos únicamente podían recibirse en las morgues [41].Un alto cargo internacional en Bagdad afirmó que responsables del Ministerio de Sanidad habían citado una tasa de mortalidad mucho mayor antes de que la tuvieran que reducir en respuesta a lo que definió como presión política. No obstante, el 7 de septiembre de 2006 el ministro de Sanidad confirmó que estaba previsto construir dos nuevas morgues filiales en Bagdad con dotación médica y unidades de refrigeración para aumentar la capacidad a 250 cadáveres diarios. Los planes de expansión de la morgue demuestran de manera dramática el aumento de la violencia en Bagdad desde la invasión de Estados Unidos.

En 2002, antes de la entrada de las fuerzas estadounidenses en Iraq, la morgue de Bagdad recibía, según sus responsables, una medida de 15 personas al mes víctimas de disparos. La mayoría de los cuerpos que recoge la morgue de Bagdad no están identificados y permanecen así durante largos períodos de tiempo a la espera de poder ser identificados [42].

Los profesionales de los medios advertidos de no escribir sobre los crímenes de la ocupación

La falta de voluntad de solucionar la desaparición de personas y los cadáveres sin identificar corre paralela a la falta de interés en contabilizar con rigor los muertos. Muchos expertos han dicho que el recuento de los muertos civiles es incompleto. Richard Brennan, que ha realizado las investigaciones sobre mortalidad en Congo y Kosovo, afirmó que los datos de mortalidad en Iraq están “tremendamente por debajo de la realidad” porque muchas muertes se producen en zonas de guerra sobre las que no se informa. Las cifras de Iraq Body Count son aún más incompletas ya que muchos de los asesinatos han ocurrido en zonas de las que los periodistas no tenían siquiera conocimiento o que eran inaccesibles [43]. Medialens mencionó que una investigación sobre los muertos en Guatemala desde 1960 a 1996 concluyó que el número de muertes de las que la prensa informaba decrecía a medida que la violencia aumentaba, lo que coincidía con el asesinato de periodistas [44].Los profesionales de los medios en Iraq han sido amenazados, secuestrados y 355 —de los cuales 325 eran iraquíes— fueron asesinados, según la relación publicada por el Tribunal BRusells: una relación que sobrepasa la tasa media de muertos en cualquier otra zona de guerra en la historia [45]. A los periodistas occidentales empotrados se les permitió informar desde la seguridad de la Zona Verde y a menudo repetían la voz de su amo (Centcoom). ¿Cómo es posible que toda la verdad sobre el número de muertos iraquíes y la limpieza étnica salga a la luz en tales condiciones adversas?

Probablemente muchas muertes producidas en las zonas periféricas a Bagdad nunca aparezcan en los registros oficiales, según afirmó el 15 de agosto de 2006 Anthony H. Cordesman, un analista militar del Centro para la Estrategia y los Estudios Internacionales, un grupo de investigación de Washington. Esto ayuda a comprender por qué las muertes en Bagdad suponen un gran porcentaje del número total, según un informe de 2006 [46].

Informaciones sobre cadáveres no identificados

El 6 de febrero de 2009, Dahr Jamail, uno de los pocos periodistas no empotrados, informaba de que en la zona bagdadí de al-Adhamiya, que antes era un parque, se había convertido en un cementerio con más de 5.500 tumbas. El primer cuerpo fue enterrado el 21 de mayo de 2006. “De la mayoría de los cadáveres enterrados aquí la prensa nunca ha informado”, declaró a Jamail Abú Ayad Nasir Walid, de 45 años y director del cementerio. “La mayor parte de los muertos nunca los registró nadie”, dice Ali, un enterrador, “porque nosotros no comprobamos los certificados de defunción; sólo intentamos enterrar los cuerpos lo más rápidamente posible. Yo anoto los nombres en mi agenda pero nadie del gobierno ha venido jamás a preguntar cuánta gente hay enterrada aquí. Tampoco parecen interesados ni la prensa ni el Ministerio de Sanidad” [47].

Estos enterramientos —y hay muchos— ponen de manifiesto las dudas sobre el número ‘oficial’ de desaparecidos forzosos y de personas con paradero desconocido en Iraq.

Ya el 17 de agosto de 2005 —medio año antes de los atentados de la mezquita de Samarra— Robert Fisk informó de que se calculaba que la morgue de Bagdad había recibido sólo en julio unos 1.100 cadáveres, la mayoría de ellos ejecutados, con las vísceras arrancadas, acuchillados, apaleados y torturados hasta la muerte. El número es secreto, escribió, pero estas cifras implican un aumento del 85 por ciento si las comparamos con las cifras para el mismo mes antes de la invasión liderada por Estados Unidos. Las últimas cifras muestran una tendencia al aumento: en 2004 y 2003, las cifras de julio fueron de 800 y 700 respectivamente. En comparación con períodos equivalentes para 1997, 1998 y 1999, las cifras no alcanzaron los 200. “Llevaron tantos cuerpos a la morgue que había que apilarlos. Los cuerpos sin identificar se entierran pasados varios días por falta de espacio, pero la municipalidad está tan saturada por el número de asesinatos que ya no pueden dar el servicio de coches ni de personal para trasladar los restos mortales a los cementerios [48] [49].

El informe del Comité Internacional de la Cruz Roja del 17 de abril de 2006 calculó que unos 100 civiles morían asesinados a diario, de los que la mitad siguen sin identificar o sin ser reclamados. Así, se han enterrado miles de cuerpos sin identificar en los cementerios de Iraq. Cada tres o cuatro días se enviaban cuerpos a enterrar simplemente para hacer sitio para los cadáveres entrantes en el día, lo que hacía que la identificación fuera inviable en ese lapso de tiempo [50]. Entre tanto, decenas de miles de personas estaban bajo custodia de las autoridades iraquíes y de la fuerza multinacional en Iraq. Al mismo tiempo, decenas de miles de familias seguían sin noticias de sus familiares que habían desaparecido durante los conflictos recientes y pasados [51]. Hoy existe un nuevo trabajo en Bagdad. Por un dinero, algunas personas rebuscan en los vertederos y en las márgenes de los ríos. ¿Cómo puede vivir la gente con tal grado de violencia y no estar permanentemente aterrorizado? [52].

Las cifras de la morgue de Bagdad Como en 2006

la violencia seguía en aumento en la capital iraquí, la tarea de buscar a los desaparecidos se convirtió en una prueba sombría y espantosa. Las escasísimas agencias de investigación de Iraq estaban mal dotadas para investigar un crimen de tal magnitud, por lo que para las familias buscaban información las morgues a menudo eran las que aportaban la única certeza [53].

El 16 de abril de 2006, Munjid al-Rezali, director de la morgue central de Bagdad, afirmó que en 2006 llegaron al menos 30.000 cadáveres a la morgue central tras el pico de violencia sectaria y sólo un tercio han sido identificados. “En 2006, había una media de 3.000 cadáveres al mes. Yo denomino a eso el año del horror [54]. Sólo en 2006, la morgue de Bagdad recibió alrededor de 16.000 cadáveres sin identificar, la mayoría de ellos víctimas de los escuadrones de la muerte y de otro tipo de violencia sectaria, según declaraciones de un trabajador de la morgue realizadas el 14 de enero de 2007 [55].

“El 90 por ciento de los cadáveres recibidos en 2006 estaban sin identificar frente al 50 por ciento en 2007 y al 15 por ciento en 2008”, afirmó el Dr. Munjid Salahudin, director del Instituto de Medicina forense el 25 de octubre de 2009 [56]. Naciones Unidas, que cita las cifras del Ministerio de Sanidad iraquí, informó que en septiembre de 2006 se habían encontrado 1.471 cadáveres en Bagdad y 1.782 en octubre del mismo año [57].

Desaparición de cuerpos no identificados del cementerio de Wadi a- Salam de Najaf

Existen claves para contar el número de cadáveres no identificados, como el número de personas enterradas en el principal cementerio chií de la ciudad sagrada de Najaf. Un gran porcentaje de las personas allí enterradas siguen sin estar identificadas. Pero incluso allí, las muertes están limitadas esencialmente a chiíes que han fallecido tanto por causas naturales como violentas. Amar al-Izari, director de la oficina de estadísticas del cementerio, afirma que el número de enterramientos aumentó de 32.000 en 2004 y 2005 hasta casi 50.000 en 2006 y 54.000 en 2007. El año pasado el número cayó hasta los casi 40.000 como resultado del ligero descenso de la violencia. No hay estadísticas anteriores a la guerra porque los documentos están destruidos por las batallas [58].

El 9 de septiembre de 2007, Middle East Online informó que desde que se inició la invasión estadounidense de Iraq se habían enterrado hasta 40.000 cadáveres sin identificar en el cementerio de Wadi al-Salam de Najaf, según los datos aportados por Ahmed Di’aibil, un portavoz del gobierno de Najaf. Todos los cadáveres están numerados y fotografiados y la ubicación de su enterramiento registrada. Los datos están anotados en un registro con la esperanza de que finalmente las familias puedan identificar los cuerpos. Miles de cuerpos más han debido de ser abandonados en los desiertos que rodean Najaf [59]. Antes de la invasión de Iraq, los voluntarios enterraban hasta 40 personas al mes. En los peores meses de la ocupación esta cifra se multiplicó por 50 y los voluntarios llegaron a enterrar a un promedio de más de 2000 víctimas de la ocupación al mes, según informó 15 de septiembre de 2007 Michael Ware, periodista de la CNN [60].

Ya el 17 de septiembre de 2004, Robert Fisk escribió: “En Bagdad cada día se llevan a las morgues hasta 70 cadáveres de iraquíes, asesinados por bala. Por ejemplo, en Najaf, las autoridades de los cementerios registran a diario la llegada de hasta 20 cadáveres víctimas de la violencia” [61], una cifra que multiplica por 15 los datos de antes de la guerra y desde 2004 la situación empeoró paulatinamente.

Ignoro si ustedes saben que el gobierno marioneta decidió enterrar muchos de los cadáveres no identificados encontrados en Bagdad en el cementerio chií de Najaf (Dar a- Salam) simplemente para dar la impresión de que muchos de los asesinatos se producían entre los shiíes mientras sus milicias asesinaban a sunníes en Bagdad y sus alrededores.

Cuando consideramos esas cifras, un sencillo cálculo nos basta para llegar a la conclusión de que desde marzo de 2003, probablemente unos 80.000 cadáveres no identificados hayan sido enterrados en el cementerio de Najaf.

El 25 de octubre de 2009 Associated Press mencionó que en el cementerio de Najaf había una nueva zona para “los cadáveres no identificados y no reclamados, alrededor de unos 22.000”, según datos oficiales [62]. Por lo tanto, entre 2007 y 2009, la mitad de los cuerpos no identificados parece que se han desvanecido. ¿Alguien puede explicar qué ha ocurrido con esos cadáveres?

Información arbitraria sobre cadáveres no identificados fuera de Bagdad

El 17 de julio de 2007, la BBC citó al director del Departamento forense del hospital de Kut (provincia de Wasit) sobre el constante flujo de cadáveres: “Hasta ahora hemos estado recibiendo unos 500 cadáveres, la mayoría de ellos con signos de tortura. Están en avanzado estado de descomposición, por lo que no se puede estar mucho tiempo cerca de ellos”. Tardaron casi tres días en que la corriente los arrastrara desde dónde los habían tirado. La mayoría de ellos siguen sin ser identificados [63].

El 8 de febrero de 2008, [la ONG] Voices of Iraq informó de que el número de cadáveres no identificados enterrados en Kerbala desde junio de 2006 alcanzó la cifra de 2.043 [64].

Desde diciembre de 2006 hasta febrero de 2007 el número de cadáveres enterrados sin identificar en fosas comunes en la provincia de Wassir, situada a 180 kilómetros de Bagdad, fue de 177 [65].

El 17 de julio de 2007, en una información de IPS desde Baquba (en el centro de la provincia de Diyala) se citaba a Nima Jimaa, un responsable de la morgue: “La morgue recibe una media de cuatro o cinco cadáveres al día. Muchos más se lanzan a los ríos y a las granjas o a veces sus asesinos los entierran por diversas razones. Las cifras que registramos aquí son sólo una parte de los asesinatos. Con frecuencia, las familias son incapaces de identificar y recuperar los cadáveres. Es extremadamente peligroso moverse por la ciudad, además muchos cadáveres nunca llegan a la morgue para ser identificados o contabilizados [66].

El 11 de noviembre de 2005, Iraqi Monitoring Network for Human Rights (MHRI en sus siglas en inglés) informó de las más de 280 personas desaparecidas de la ciudad de Faluya. Su destino sigue sin conocerse a día de hoy. Esas personas están oficialmente registradas por las autoridades de la ciudad con sus nombres y fotos. Por otro lado, se calcula que el número total de personas desaparecidas en Faluya supera los 500 [67].

En cada ciudad y en cada pueblo de Iraq hay historias similares sobre las desapariciones forzosas o las personas en paradero desconocido. No hay información disponible de Mosul, Basora, Ramadi, al-Qaim, Hadiza ni de muchas otras ciudades y pueblos dónde se han producido limpiezas étnicas.

Aumento de tropas: aumento de desparecidos y cadáveres sin identificar.

En agosto de 2007, IraqSlogger reveló que la presencia de Estados Unidos en Bagdad durante el incremento de tropas [the surge] había demostrado que prácticamente no se había producido ningún progreso en la erradicación de la violencia sectaria de los escuadrones de la muerte que inundaba la capital. Entre el 18 de junio y el 18 de julio de 2007, se encontraron abandonados, por distintos lugares de Bagdad, hasta 592 cadáveres sin identificar [68].La mayoría de los cadáveres encontrados por la policía —en un promedio de 20 al día— estaban atados, con los ojos vendados y habían sido ejecutados de un disparo, víctimas de la violencia sectaria de los escuadrones de la muerte. Además, muchos presentaban signos de tortura o mutilaciones. A pesar de las declaraciones en contra de los dirigentes iraquíes y estadounidenses, las informaciones indicaban que el número de cadáveres sin identificar en la capital había aumentado de nuevo a los niveles anteriores al incremento de tropas en mayo y junio de 2007 [69].

Según las estadísticas del Ministerio del Interior iraquí, el número de cadáveres sin identificar encontrados en Bagdad aumentó más del 70 por ciento durante mayo de 2007 respecto a los primeros meses del mismo año, a pesar del absurdo optimismo del gobierno de Bush y del general Petraeus respecto a que “el aumento de tropas funcionaba”. Las cifras, además, demostraron un descenso en el número de muertes de víctimas identificables en Bagdad, de las 495 de abril a las 344 de mayo. Hay que tener en cuenta que normalmente las víctimas de coches bomba, artefactos de fabricación casera o ataques de mortero pueden ser identificadas, pero no así las víctimas que fueron secuestradas, torturadas y asesinadas porque antes de que sus cadáveres sean arrojados a cualquier lugar, les despojan de todo lo que pueda servir para su identificación [70].

En el informe del semestre enero-junio de 2008 sobre Derechos Humanos de la UNAMI se afirma que “se ha encontrado un gran número de cuerpos sin identificar en Diyala, Nínive, al-Anbar y Diwaniya, pero especialmente en Bagdad. Muchos de esos cuerpos tenían signos de tortura: algunos llevaban los ojos tapados y otros estaban decapitados” [71].

El 6 de febrero de 2009, el informe del Grupo de trabajo sobre desaparecidos, que investiga la situación en Iraq, informaba de que el número de casos al inicio del período estudiado (del 1 de diciembre de 2007 al 30 de noviembre de 2008) fue de 16.387 [72].

Desapariciones en los controles militares

Según declaró el 6 de junio de 2007 Mujaled al-Aani, portavoz de la ONG iraquí Human Rights Association (HRA en sus siglas en inglés), el número de personas desaparecidas tras ser detenidas en los controles militares en la capital se había incrementado significativamente desde febrero de 2007. El ministro iraquí de Derechos Humanos afirmó que estaban investigando muchos casos de iraquíes desaparecidos después de haber sido detenidos en los controles militares, pero afirmó que “los oficiales de la Policía han demostrado sobradamente que no tienen nada que ver con las desapariciones” [73], lo que contradice los muchos relatos de testigos. Por ello, es perfectamente comprensible que la evidente falta de justicia en Bagdad lleve a muchos de sus residentes a no confiar en las autoridades, ya sea el ejército, la policía o los responsables gubernamentales [74].

Un estudio de caso: el Ministerio de Sanidad, una institución muy insana Ali Al-Shimari, ministro de sanidad en 2006, pertenecía al movimiento político de Moqtada as-Sáder, en el mismo momento que su brazo armado, el Ejército del Mahdi, actuaba con impunidad en los hospitales. Enfermos y heridos fueron secuestrados de los hospitales públicos y más tarde asesinados. Como consecuencia, más y más iraquíes evitaban los hospitales. “los hospitales se han convertido en campos de batalla”, afirmó Abú Nasr [75].Ali al-Shimari huyó del país tan pronto como las acusaciones de crímenes sectarios se presentaron contra responsables del ministerio. Estados Unidos dio asilo político a al-Shimari [76]. Después del ataque de la mezquita Askariya de Samarra (también conocida como la Mezquita dorada) el 22 de febrero de 2006 [77], Alí al-Shimari y su lugarteniente Hakim al-Zamili, un comandante del Ejército del Mahdi convirtió el Ministerio de Sanidad en un centro de tortura y asesinatos. En septiembre de 2006, cuando las calles de Bagdad estaban ahogadas por los miles de cuerpos brutalmente asesinados, el primer ministro Nouri al-Maliki ordenó al Ministerio de Sanidad que no aportara más cifras sobre muertes a Naciones Unidas, como habían hecho con anterioridad [78]. El 8 de febrero de 2007, las fuerzas de ocupación asaltaron el Ministerio y detuvieron a Hakim al-Zamili, a quien acusaron de financiar presuntamente a las milicias: utilizaba las ambulancias y los hospitales para llevar a cabo sus asesinatos: fue un sospechoso clave en el secuestro y (presunto) asesinato de su colega Ammar al-Saffar, que era además el segundo del Ministerio de Sanidad [79]. Después de dos días de un juicio deslucido por las acusaciones de intimidación por parte de los testigos, los cargos se retiraron y Zamili quedó en libertad tras un año bajo custodia estadounidense [80]. Según fuentes fiables iraquíes, Hakim al-Zamili asesinó a 160 personas, entre ellas al Dr. Raad al-Mahdawy, sunní, director general del Departamento de Salud en Diyala. Según algunos testigos, la puesta en libertad en 2009 de al-Zamili, fue parte del trato para la devolución de los cinco británicos que una oscura milicia, conocida como Resistencia Islamica Chií en Iraq, mantuvo secuestrados durante dos años. Este grupo de británicos fueron secuestrados en mayo de 2007 por un grupo de unos 40 hombres “disfrazados” de policías iraquíes mientras estaban instalando un software anti-corrupción en el Ministerio iraquí de Finanzas [81]. Las autoridades iraquíes actuaron como los principales negociadores y agentes en el trato [82]. “Lo primero que Hakim al-Zamili hizo después de su puesta en libertad fue asesinar a Hassan Aziz, un juez que tomó parte en su juicio. Ahora este criminal es diputado del nuevo Parlamento iraquí”, según declaró una fuente anónima iraquí.

Hakim al-Zamili, recientemente elegido parlamentario del bloque Sadrista, es ahora uno de los más fervientes defensores de la pena de muerte contra el ex viceprimer ministro Tareq Aziz [83]. Esta es hoy la tristísima realidad en la sangrienta democracia iraquí.

Deportar refugiados es delito Mientras que a esos criminales, culpables de los peores crímenes cometidos bajo la mirada del ocupante estadounidense, se les permita participar en el proceso político, la resistencia política continuará; las ejecuciones sumarias continuarán, las desapariciones continuarán, diga lo que diga el gobierno de Obama. El 19 de octubre de 2010, una encuesta de ACNUR sobre iraquíes que han regresado a Bagdad desde países vecinos, daba a conocer que los retornados se han encontrado con tal grado de inseguridad física, dificultades económicas y carencia de servicios públicos básicos que la mayoría de ellos había lamentado su decisión de regresar a Iraq. Durante el transcurso de esas entrevistas, los retornados informaron al personal de la Comisión de numerosas explosiones, acosos, operaciones militares y secuestros acaecidos en las zonas de retorno. Muchos entrevistados aseguraron que se vieron obligados a regresar a Iraq porque no podían permitirse el alto coste de vida en los países de asilo [84]. El 26 de noviembre de 2010, el New York Times afirmaba: “Aquí se ha iniciado un segundo éxodo de iraquíes que regresan tras huir de la carnicería acaecida durante el punto más álgido de la guerra, pero ahora se encuentran con que la violencia y la gravísima falta de empleo los están empujando otra vez a abandonar sus casas […] Esta nueva migración demuestra lo lejos que se encuentra la nación de ser estable y segura” [85]. En este contexto, es un crimen que muchos países europeos deporten a los refugiados iraquíes a su país.

El trauma de los refugiados iraquíes

Según los datos revelados el 22 de enero de 2008 por ACNUR, los refugiados iraquíes en Siria están padeciendo traumas extremos, mucho mayores que los que sufren otros refugiados de conflictos recientes en cualquier parte del mundo. Las cifras revelan que el 89,5 por ciento sufren depresión, el 81,6 por ciento ansiedad y el 67,6 por ciento estrés postraumático [86]. Una de cada cinco personas registradas en ACNUR—más de 19.000 desde enero de 2007 — fueron registradas como “víctimas de tortura o violencia” en Iraq. El 77 por ciento de los refugiados iraquíes relataron estar afectados por los bombardeos aéreos y los ataques con mortero o con misiles. El 80 por ciento ha sido testigo de disparos; el 68 por ciento ha sido interrogado o ha sufrido acoso, lo que incluye haber recibido amenazas de muerte por parte de las milicias u otros grupos; el 16 por ciento ha sido torturado; el 72 por ciento ha sido testigo de la explosión de un coche bomba y el 75 por ciento conoce a alguien al que han asesinado. El informe también pone de manifiesto las diversas formas de tortura padecida por los iraquíes refugiados, entre las que se cuenta las palizas, las descargas eléctricas, la introducción de objetos bajo las uñas, quemaduras y violaciones [87]. Datos abrumadores. Realidades estremecedoras.

Conclusiones Primera.-

Los simples cálculos realizados y las proyecciones que hemos hecho, basadas en informes oficiales y en fuentes dignas de confianza, son más fiables que las cifras manipuladas dadas a conocer por Estados Unidos y su gobierno marioneta iraquí. Hay que ser conscientes de que las cifras representan personas y de que la negativa a dar datos reales sobre las personas desaparecidas es un crimen contra la humanidad. Una incomprensible falta de respeto por los seres humanos los deja en el olvido porque Estados Unidos y sus secuaces así lo quieren. También debemos recordar que las personas sin identificar y los desaparecidos o las personas en paradero desconocido o como los queramos denominar, siempre son el padre, la madre o el hijo de alguien. Cada uno de ellos tenía una cara antes de que fuera desmembrado, desfigurado, quemado con ácido, agujereado, abrasado, golpeado, pateado y después su cadáver fuera lanzado a las calles o enterrado en una fosa común con otros cadáveres igualmente sin identificar. Cara uno de ellos tenía una cara que podemos ver, oír, reír y llorar, hablar y sentir antes de que fuera eliminado. La vida y la dignidad han sido sacrificadas en el altar del beneficio y la avaricia de las corporaciones.

Segundo.-

Muy raras veces un ejército invasor y ocupante ha solucionado los problemas de un país. La ocupación es la forma más extrema de dictadura; la ocupación es saqueo, es el robo de los recursos de un país en lugar de pagar por ellos; ocupación es asesinar personas en lugar de salvar sus vidas; la ocupación da a los psicópatas los medios para poder asesinar con impunidad. Los ejemplos de Yugoslavia durante la Segunda Guerra Mundial [88], las guerras sucias de Vietnam y Centroamérica deben abrirnos los ojos.

Sólo la total y absoluta retirada de las tropas extranjeras de suelo iraquí puede garantizar el inicio de un proceso democrático genuino en Iraq. Únicamente la retirada total y absoluta de las tropas extranjeras puede ser el comienzo de una investigación profunda y justa sobre las personas desaparecidas en Iraq. Sólo la total y absoluta retirada de las tropas extranjeras puede poner fin al caos que la invasión anglo-estadounidense ha creado.

Algunos interrogantes

¿ Despertará por fin el Consejo de Derechos Humanos de Naciones Unidas y nombrará un relator especial para los Derechos Humanos en Iraq, para investigar en profundidad una de las peores crisis del planeta respecto a los Derechos Humanos?

¿Conoceremos alguna vez las revelaciones de WikiLeaks sobre la guerra sucia en Iraq?

¿Conoceremos alguna vez el número real de personas desaparecidas en Iraq, torturadas y después asesinadas por los famosos escuadrones de la muerte y las milicias, organizadas, financiadas, equipadas, entrenadas y desplegadas por los “defensores” de los Derechos Humanos: Estados Unidos y Reino Unido?

¿Exigirá Naciones Unidas alguna vez la retirada de todas las tropas extranjeras de suelo iraquí y devolverá la soberanía a su pueblo, representado por la legítima resistencia iraquí?¿Naciones Unidas establecerá, por fin, una comisión para exigir las reparaciones de guerra que las fuerzas ocupantes e invasoras tienen que pagar por las pérdidas causadas durante la invasión y ocupación ilegal de Iraq?

Notas

[1] http://wapedia.mobi/en/Forced_disappearances

[2] http://en.wikipedia.org/wiki/International_Convention_for_the_Protection_of_All_Persons_from_Enforced_Disappearance ...

[3] http://treaties.un.org/Pages/ViewDetails.aspx?src=TREATY&mtdsg_no=IV-16&chapter=4〈=en

[4] http://english.aljazeera.net/news/europe/2007/02/200852513385877874.html

[5] http://www.amazon.co.uk/Forced-Disappearance-International-Criminal-limitations/dp/6130247583

[6] http://www.unog.ch/unog/website/news_media.nsf/(httpNewsByYear_en)/3EAF9F2278C39977C12577740040BA50?OpenDocument ...

[7] http://www.uniraq.org/documents/UNAMI_Human_Rights_Report_January_June_2008_EN.pdf

[8] http://www.aimforhumanrights.org/latest/news/newsitem/article/irak-takes-steps-to-combat-disappearances/ ...

[9] http://www.reliefweb.int/rw/rwb.nsf/db900SID/MUMA-7XS4PY?OpenDocument

[10] http://www.brusselstribunal.org/pdf/NGOs_FULL_REPORT_UPR.pdf

[11] http://lib.ohchr.org/HRBodies/UPR/Documents/session9/US/JS25_JointSubmission25.pdf

[12] http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/LJ13Ak03.html

[13] http://www.mcclatchydc.com/2010/09/14/100580/amnesty-international-slams-iraq.html

[14] http://www.redcross.int/en/mag/magazine2008_1/4-9.html

[15] http://www.ic-mp.org/icmp-worldwide/middle-east/iraq/

[16] http://www.icrc.org/eng/resources/documents/feature/iraq-feature-290807.htm

[17] http://www2.ohchr.org/SPdocs/Countries/bimonthly_16012007.doc

[18] http://newstrust.net/stories/345840/reviews/115878

[19] http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9507E4DB133FF933A05754C0A9609C8B63&pagewanted=all

[20] http://www.reliefweb.int/rw/RWB.NSF/db900SID/EVOD-76JGPZ?OpenDocument

[21] http://www.nytimes.com/2009/05/25/world/middleeast/25missing.html

[22] http://ibnlive.in.com/news/missing-iraqis-nearly-impossible-to-trace/61622-2.html

[23] http://www.reliefweb.int/rw/lib.nsf/db900sid/AMMF-74ABRC/$file/fmr-idp-jun2007.pdf?openelement

[24] http://www.internal-displacement.org/idmc/website/countries. nsf/(httpEnvelopes)/B6C0B024031DFA0F802570B8005A74D6?OpenDoc ...

[25] http://www.uniraq.org/documents/UNHCR%20Iraq%20Protection%20Monitoring%20%20Jan-Oct%202009.pdf

[26] http://www.internal-displacement.org/idmc/website/countries. nsf/(httpEnvelopes)/7496912B0BCE583BC1257520004DBA96?OpenDoc ...

[27] http://www.internal-displacement.org/idmc/website/countries. nsf/(httpEnvelopes)/B6C0B024031DFA0F802570B8005A74D6?OpenDoc ...

[28] http://www.uniraq.org/documents/UNHCR%20Iraq%20Protection%20 Monitoring%20%20Jan-Oct%202009.pdf

[29] http://www.ird-dc.org/how/PDFs/Iraq%20refugees%20policy%20brief_final.pdf

[30] http://www.newyorker.com/archive/2003/12/15/031215fa_fact

[31] http://www.craigmurray.org.uk/archives/2006/10/civil_war_in_ir.html

[32] http://www.maskofzion.com/2010/11/baghdad-cathedral-massacre-zionist.html

[33] http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2006/09 /07/AR2006090700768_pf.html

[34] http://ipsnews.net/news.asp?idnews=33521

[35] http://www.globalsecurity.org/wmd/library/news/iraq/2006/10/iraq-061006-rferl01.htm

[36] http://blogs.abcnews.com/theworldnewser/2006/09/what_dropoff_au.html

[37] http://www.alternet.org/world/77602/

[38] http://www.reliefweb.int/rw/rwb.nsf/db900sid/MWAI-7R74BB?Ope nDocument&query=disappeared%20iraq&cc=irq ...

[39] http://www.nzherald.co.nz/world/news/article.cfm?c_id=2&objectid=10395546

[40] http://www.guardian.co.uk/world/2008/mar/19/iraq

[41] http://www.nytimes.com/2006/07/05/world/middleeast/05iraq.html

[42] http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2006/09 /07/AR2006090700768_pf.html

[43] http://warisacrime.org/node/41987

[44] http://www.medialens.org/alerts/07/071003_iraq_body_count.php

[45] http://www.brussellstribunal.org/JournalistKilled.htm

[46] http://www.nytimes.com/2006/08/15/world/middleeast/15cnd-iraq.html

[47] http://ipsnews.net/news.asp?idnews=32896

[48] http://en.wikipedia.org/wiki/Baghdad

[49]http://www.independent.co.uk/opinion/commentators/fisk/secrets-of-the-morgue-baghdads-body-count-503223.html ...

[50] http://warisacrime.org/node/15509

[51] http://www.icrc.org/eng/resources/documents/statement/irak-statement-170407.htm

[52] http://www.reliefweb.int/rw/lib.nsf/db900sid/AMMF-74ABRC/$fi le/fmr-idp-jun2007.pdf?openelement

[53] http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9507E4DB133FF 933A05754C0A9609C8B63&pagewanted=all

[54] http://www.reliefweb.int/rw/rwb.nsf/db900sid/MWAI-7R74BB?Ope nDocument&query=disappeared%20iraq&cc=irq ...

[55] http://gulfnews.com/news/region/iraq/morgue-took-16-000-unidentified-bodies-in-2006-1.155117

[56] http://www.newsvine.com/_news/2009/10/25/3422581-iraqi-searc hes-for-brothers-in-ancient-cemetery

[57] http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/05 /23/AR2007052301780.html

[58] http://warisacrime.org/node/41987

[59] http://www.uruknet.info/?p=m36110&hd=&size=1&l=e

[60] http://www.youtube.com/watch?v=P0JRzdCWR3g

[61] http://www.zcommunications.org/secret-slaughter-by-night-lies-and-blind-eyes-by- day-by-robert-fisk.pdf

[62] http://www.newsvine.com/_news/2009/10/25/3422581-iraqi-searches-for-brothers-in-ncient-cemetery

[63] http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/6902024.stm

[64] http://www.democraticunderground.org/discuss/duboard.php?az=view_all&address=389x159667

[65] http://admin.iraqupdates.net/p_articles.php/article/15021

[66] http://www.worldproutassembly.org/archives/2007/07/iraq_mass_grave.html

[67] http://brussellstribunal.org/survey111105.htm

[68] http://www.iraqslogger.com/index.php/post/3703/Patterns_of_Sectarian_Violence_in_Baghdad

[69] http://thinkprogress.org/2007/07/24/baghdad-sectarian/

[70] http://www.nytimes.com/2007/06/02/world/middleeast/02iraq.ht ml

[71] http://www.uniraq.org/documents /UNAMI_Human_Rights_Report_January_June_2008_EN.pdf

[72] http://www.reliefweb.int/rw/RWFiles2009.nsf/FilesByRWDocUnid Filename/EGUA-7PZLN5-full_report.pdf/$File/full_report.pdf ...

[73] Read http://www.brussellstribunal.org/Newsletters/Newsletter7EN.htm

[74] http://www.reliefweb.int/rw/rwb.nsf/db900sid/EVOD-73WGAN?Ope nDocument&query=disappeared%20iraq&cc=irq ...

[75] http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2006/08

/29/AR2006082901680.html

[76] http://weekly.ahram.org.eg/2008/885/re82.htm

[77] http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2006/02

/22/AR2006022200454.html

[78]http://www.iraqanalysis.org/mortality/438

[79] http://www.washingtontimes.com/news/2007/feb/8/20070208-115125-4889r/

[80] http://www.nytimes.com/2010/03/04/world/middleeast/04baghdad.html?_r=1&ref=world

[81] http://www.newstatesman.com/politics/2008/03/iraq-british-oil-corruption

[82] http://peteinfoshare.blogspot.com/2009/09/iraq-body-confirmed-as-uk-hostage.html

[83] http://www.japantoday.com/category/world/view/iraq-president-opposes-tariq-azizs-death-sentence

[84] http://www.unhcr.se/en/news/press10/press_101019-iraq.html

[85] http://www.nytimes.com/2010/11/27/world/middleeast/27refugees.html

[86] http://www.irinnews.org/Report.aspx?ReportId=76360

[87] http://gorillasguides.com/2008/01/22/syria-un-research-indicates-high-levels-of-trauma-among-iraqi-refugees/ ...

[88] http://en.wikipedia.org/wiki/Ante_Pavelić#Usta.C5.A1e_regime

*Este texto es una adaptación de la conferencia que el autor pronunciará en Londres durante la Sexta Conferencia Internacional contra las Desapariciones, celebrada del 9 al 12 de diciembre de 2010.

Fuente: http://www.brussellstribunal.org/pdf/Disappearances_missing_persons_in_Iraq.pdf

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Lançamento: O Alufá Rufino

Especialistas na história da escravidão juntos
30/11/2010
João José Reis, Marcus J. M. de Carvalho e Flávio dos Santos Gomes se juntaram para compor 'O alufá Rufino' sobre um africano que teve uma trajetória de vida sui generis

Três dos maiores especialistas na história da escravidão – João José Reis, Marcus J. M. de Carvalho e Flávio dos Santos Gomes – se juntaram para compor "O alufá Rufino" sobre um africano que teve uma trajetória de vida sui generis. Rufino José Maria, nascido Abuncare no antigo reino de Oyó, foi escravizado na adolescência por grupos rivais e levado para Salvador, já adulto ele consegue chegar ao posto de alufá, guia espiritual dos muçulmanos no Recife.


Leia um trecho do livro aqui.

O livro, que terá lançamento nesta sexta-feira (3) em Salvador, leva o foco para os três autores, que já passaram pela RHBN.
Reis, por exemplo, é membro do conselho editorial da “Revista de História da Biblioteca Nacional” e professor titular do departamento de História da Universidade Federal da Bahia. Nascido em 1952, em Salvador, tem um doutorado em Historia pela Universidade de Minnesota. Já recebeu um prêmio Jabuti (de melhor ensaio) pelo livro “A morte é uma festa”. Na RHBN, publicou em agosto de 2008 um artigo sobre um motim em Salvador em 1858 por conta do aumento do aumento do preço dos alimentos. Também escreveu sobre como osquilombolas assombravam o dia-a-dia de senhores e funcionários da colônia. E de como a trajetória dos líderes e devotos do candomblé do século XIX revela que a história das religiões afro-brasileiras é, sobretudo, a de crescente mistura étnica e social.


Gomes também é professor da UFBA. Seu livro “A hidra e o pântano: mocambos, quilombos e comunidades de fugitivos no Brasil” ganhou o Prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa. No livro,resenhado pela RHBN, ele resgata histórias da resistência escrava, tendo como cenário as comunidades de fugitivos dos séculos XVII e XIX no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e principalmente Grão-Pará e Maranhão. “No Labirinto das Nações: africanos e identidades no Rio de Janeiro, século XIX”, que ele escreveu com Juliana Barreto Farias, Carlos Eugênio Líbano Soares,esmiúça detalhes de vidas esquecidas e traça um panorama diverso dos africanos no Rio de Janeiro do período.


Já Carvalho é professor da UFPE e escreveu três artigos para a RHBN. O primeiro, ainda em 2006, é sobre Insurreição Praieira de 1848, em Pernambuco “um movimento com muitas faces e significados”. Em 2008, ele escreve sobre outra revolta, a Cabanada, que juntou negros e índios em sangrentas batalhas pela terra no Nordeste pedindo, entre outras coisas, a volta de D. Pedro I. O terceiro texto, já deste ano, mostra uma seita cristã que, no Recife do século XIX, contestava a dominação dos brancose, para temor das autoridades, ainda ensinava seus seguidores a ler.

Serviço
Lançamento de "O alufá Rufino" em Salvador
Sexta-feira, 3 de dezembro, das 18h às 21h
Livraria LDM
Rua Direita da Piedade 22 - Piedade
Telefones: 71-2101-8007 / 8000